'Operação militar britânica na Líbia foi baseada em suposições falsas'

CC BY-SA 2.0 / Defence Images / Força Aérea britânica na Líbia em 2011
Força Aérea britânica na Líbia em 2011 - Sputnik Brasil
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A intervenção militar do Reino Unido na Líbia em 2011 foi baseada em "suposições falsas e na incompreensão total" da situação, escreve a edição The Wall Street Journal citando um relatório parlamentar que deverá ser publicado hoje, quarta-feira (14).

De acordo com os deputados, os ataques aéreos em 2011 levaram ao colapso político e econômico, a uma crise humanitária e migratória, ao ódio entre as tribos, bem como ao crescimento do agrupamento terrorista Daesh (proibido na Rússia) na África do Norte. Os deputados acreditam que havia outras soluções políticas que permitiam evitar tais consequências.

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O Comitê Internacional do Parlamento britânico considera que o governo do país na época, chefiado pelo premiê David Cameron, deveria saber de antemão que os grupos extremistas iriam tentar se aproveitar da revolta contra o líder do país Muammar Kadhafi. Destaca-se que o Comitê não encontrou quaisquer provas de que as autoridades tenham avaliado a revolta líbia de modo correto. Elas também não conseguiram na altura verificar se o regime de Kadhafi era realmente uma ameaça para os civis e tomaram a retórica ditatorial demasiado à letra.

"As ações do Reino Unido na Líbia fizeram parte de uma intervenção imprudente, cujas consequências se desenrolam até hoje", disse o chefe do Comitê Internacional do Parlamento britânico, Crispin Blunt.

A chancelaria do Reino Unido declarou que a decisão de intervir foi internacional. Apesar disso, no departamento frisaram que Kadhafi dispunha de instrumentos e motivações para realizar suas ameaças.

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Após a derrubada e o assassinato de Muammar Kadhafi, em outubro de 2011 na Líbia surgiram dois poderes: por um lado, o parlamento formado na sequência das eleições legislativas, com sede em Tobruk, no leste do país, e o Congresso Nacional pró-islamista, em Trípoli. Contudo, várias áreas da Líbia não são controladas pelas autoridades centrais, e os jihadistas do Daesh atuam ativamente em todo o país.

Em julho, foi publicado um relatório sobre a investigação da intervenção das tropas britânicas no Iraque em 2003. Então, uma comissão especial também reconheceu que o governo de Tony Blair tomou a decisão com base em dados da inteligência errados.

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