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Partidos que cassaram mandato de Cunha celebram e dizem que é hora de virar a página

© Lula Marques/AGPTSessão de cassação de Eduardo Cunha na Câmara
Sessão de cassação de Eduardo Cunha na Câmara - Sputnik Brasil
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Os deputados que iniciaram o processo de cassação há cerca de 10 meses no Conselho de Ética da Câmara e votaram pela cassação, comemoram a perda de mandato de Eduardo Cunha, após votação de 450 parlamentares a favor, contra 10.

Para o líder da Rede, deputado Alessandro Molon a Casa fez justiça ao cassar Eduardo Cunha, e que agora é hora de virar essa página, considerada pelo parlamentar como a mais triste da história.

"Quando nós começamos essa luta, parecia impossível de chegar a esse dia. Eduardo Cunha tinha todo o poder e parecia intocável. Finalmente, chega o dia de a Casa fazer justiça e mostrar que política deve ser feita com ética e que quem cometer crime no exercício do mandato terá de pagar por eles e ser afastado da Casa. É um grande alívio ter a sensação de missão cumprida, de dever cumprido. É fundamental que a Câmara vire essa página, que é a página mais triste de sua história."

Durante a sessão de votação, o deputado Ivan Valente, líder do PSOL, ressaltou a perda dos aliados de Cunha, que o apoiavam por medo do impeachment.

"Ele já teve muitos amigos aqui. E na CPI da Petrobras, muita gente dos grandes partidos o protegeu: do PP, do PSDB, do PMDB. E do PT também: o protegeram porque tinham medo do impeachment. Mas agora, está dado quem é Eduardo Cunha. Eduardo Cunha é um corrupto, mentiroso, mas, mais do que isso, é um manipulador, é um intimidador."

Já o presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA) espera que o longo processo, que culminou na derrota de Cunha fortaleça o papel do Conselho na Câmara. Segundo José Carlos Araújo, em nenhum momento o Conselho de Ética se dobrou as pressões de Cunha e de seus aliados.

"Processo penoso, cheio de manobras, de idas e vindas, de ameaças, de troca de relator, mas, finalmente, chegamos ao objetivo de concluir o processo. O Conselho de Ética sai fortalecido porque não se dobrou aos poderosos nem ao presidente da Casa, com todo o poder de caneta dele e de fazer tudo o que podia e não podia. Eu saio daqui com o sentimento de dever cumprido."

O vice-líder do PT, deputado Henrique Fontana acha que a cassação de Eduardo Cunha vai de alguma forma refletir no governo de Michel Temer.

"É inegável que Eduardo Cunha foi o grande líder, dentro da Câmara, do processo ilegítimo de cassação do mandato da presidenta Dilma. Impeachment fraudulento. Ele tem muitas coisas a contar de como Temer chegou ilegitimamente à presidência."

Segundo o deputado Mauro Pereira, vice-líder do PMDB, a partir da cassação de Cunha, o Brasil será passado a limpo.

"Vamos realmente passar o Brasil a limpo. Daqui para frente, quem tem culpa no cartório vai pagar. Essa Casa tem que ficar limpa. Fora corruptos, e a maioria é de petistas. Eu não tenho dúvida nenhuma de que o próximo a ser preso vai ser o ex-presidente Lula, que foi o mentor do 'Petrolão'. Diversos petistas já foram presos."

No lugar de Eduardo Cunha vai assumir o primeiro suplente do bloco do PMDB, Marquinho Mendes, médico, ex-Prefeito e atual candidato à Prefeitura de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Marquinho Mendes já exerceu o cargo de deputado federal por duas vezes sempre substituindo parlamentares afastados.

Eduardo Cunha é o sétimo parlamentar a ser cassado em Plenário por quebra de decoro parlamentar após a criação do Conselho de Ética em 2001. Além de perder o foro privilegiado de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, Cunha perde os direitos políticos e fica inelegível até fevereiro de 2027. 

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