Incursão turca na Síria gera novos desafios

© AP Photo / Ismail CoskunTanques da Turquia realizando operação junto à fronteira com a Síria
Tanques da Turquia realizando operação junto à fronteira com a Síria - Sputnik Brasil
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O principal objetivo da operação turca batizada de Escudo do Eufrates que está em curso era ajudar na luta contra o Daesh nas áreas fronteiriças, mas em vez disso a ofensiva teve como alvo os curdos, o que "dificilmente poderá ter efeito positivo" sobre a situação na Síria.

Eis o que revelou o analista Timur Dzhukaev ao jornal russo Vzglyad.

As forças turcas liberaram a cidade síria de Jarablus em 24 de agosto, no dia do início da operação. Passadas mais de duas semanas, a ofensiva abrangeu outras regiões ao longo da fronteira sírio-turca. As forças de Ancara, incluindo o Exército Livre da Síria, estão tentando garantir a segurança de Jarablus e expulsar os curdos da cidade de Manbij.

© REUTERS / Rodi SaidCombatentes das Forças Democráticas da Síria se preparam para disparar contra posições do Daesh na província de Raqqa, na Síria
Combatentes das Forças Democráticas da Síria se preparam para disparar contra posições do Daesh na província de Raqqa, na Síria - Sputnik Brasil
Combatentes das Forças Democráticas da Síria se preparam para disparar contra posições do Daesh na província de Raqqa, na Síria

Antes nesta semana, altos representantes turcos, entre eles o ministro da Defesa Fikri Isik e o ministro das Relações Exteriores Mevlut Cavusoglu, anunciaram que os combatentes locais devem desempenhar um papel fundamental na expulsão do Daesh da cidade de Raqqa, a chamada capital do califado.

Recentemente, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem declarado que a Turquia está prestes a apoiar a operação chefiada pelos EUA para liberar Raqqa.

Segundo o analista russo, "a Síria poderá voltar à situação 'das tensões' de 2013 quando o país estava controlado pelo Exército Livre da Síria".

© REUTERS / SANA/HandoutForças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad se dirigindo ao complexo militar, depois de terem tomado áreas a sudoeste de Aleppo que os rebeldes invadiram no mês passado. Imagem cedida pela Agência Árabe Síria de Notícias em 5 de setembro de 2016
Forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad se dirigindo ao complexo militar, depois de terem tomado áreas a sudoeste de Aleppo que os rebeldes invadiram no mês passado. Imagem cedida pela Agência Árabe Síria de Notícias em 5 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
Forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad se dirigindo ao complexo militar, depois de terem tomado áreas a sudoeste de Aleppo que os rebeldes invadiram no mês passado. Imagem cedida pela Agência Árabe Síria de Notícias em 5 de setembro de 2016

De acordo com Dzhukaev, "grupos pró-turcos da oposição armada, apoiados pelos militares turcos, não vão querer um entendimento mútuo". Ele chamou Aleppo de segundo ponto estratégico com interesse para a Turquia. A segunda maior cidade síria tem sido alvo de intensos combates entre o exército sírio, apoiado por aviões russos e aliados locais, e os grupos radiais, incluindo a Frente al-Nusra e Ahrar al-Sham.

"Em breve a Turquia poderá deslocar suas forças para Aleppo a partir de al-Bab sob algum pretexto plausível. Por exemplo, eles poderão afirmar que estão perseguindo os militantes do Daesh", aponta o analista.

No final, Dzhukaev explicou que "qualquer região onde vivem turcomanos sírios poderá se transformar em um baluarte militar da Turquia, levando em consideração que muitas dessas áreas continuam sob controle do Exército Livre da Síria e de outros grupos pró-turcos da oposição armada."

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