Falar da paz na Síria é difícil, pois EUA mudam sempre suas políticas

© REUTERS / Assessoria de Imprensa das Forças Revolucionárias da Síria Ofensiva da Turquia na Síria
Ofensiva da Turquia na Síria - Sputnik Brasil
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Os EUA, a Turquia e alguns países europeus mandam sinais vagos quando se trata da Síria, um fato que está complicando cada vez mais a solução da crise no país que já deixou mais de 280 mil mortos.

Eis o que informou Wayne Madsen, jornalista e especialista em assuntos internacionais, em entrevista à agência Sputnik.

Recentemente a Turquia tem feito uma virada na sua política externa, tentando ganhar mais amigos e dando respetivos sinais à Rússia, Irã e até ao presidente sírio Bashar Assad.

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A Turquia providenciava apoio aos grupos radicais que tentavam derrubar Assad, um fato que contribuiu ainda mais para a desordem na Síria.

Há pouco tempo, a Turquia lançou uma operação terrestre, batizada de Escudo de Eufrates, no norte da Síria, mas analistas opinam que a 'aventura militar' turca vai complicar as coisas ainda mais.

Por coincidência, essa operação começou no mesmo dia em que o vice-presidente dos EUA Joe Biden fez uma visita a Ancara.

"Estamos vendo sinais mistos provenientes de Washington. Recentemente o vice-presidente Biden tem visitado a Turquia, dizendo que os curdos sírios não conseguem avançar a oeste a partir do local onde eles estavam. Estamos vendo que os turcos mandaram forças militares para a Síria. Eles afirmam estar contra [o Daesh], mas na realidade eles atacam os curdos sírios, a mesma coisa que eles estão fazendo contra os curdos turcos", explica Madsen.

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Erdogan, bem como vários altos representantes turcos, afirmou que a operação visava afastar o Daesh da área fronteiriça e da cidade síria de Jarablus, frisando que esse não era o único objetivo. Mais uma meta seria evitar a tomada de novos territórios pelos curdos. A Turquia está preocupada que os curdos sírios poderão juntar áreas fronteiriças em uma só zona, assim criando uma estrutura autônoma entre os dois países.

É de mencionar que a Turquia tem demonstrado grande descontentamento pela falta de vontade por parte dos EUA em extraditar o clérigo Fethullah Gulen que, segundo Erdogan e seus apoiantes, foi o responsável pela tentativa fracassada de golpe no país.

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Aqui existe "um verdadeiro dilema" com duas faces opostas – por um lado os EUA afirmam defender os direitos humanos, e por outro – não querem que Gulen seja extraditado.

Enquanto os EUA dizem estar trabalhando na questão da extradição, Gulen há já muito tempo tem sido protegido pela Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana. Por essa razão, Madsen duvida se as pessoas de todo o mundo podem realmente confiar nos EUA.

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