'Se a Rússia se prepara para a guerra isso não significa que quer começar uma'

© Sputnik / Vitaly AnkovMilitares russos lançam fogo da peça de artilharia autopropulsada 2S5 Giatsint durante os exercícios na região de Primorie, Rússia, abril de 2016 (foto de arquivo)
Militares russos lançam fogo da peça de artilharia autopropulsada 2S5 Giatsint durante os exercícios na região de Primorie, Rússia, abril de 2016 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Moscou realiza frequentemente exercícios militares de grande escala, mas isso não é a razão para considerá-los como preparação para uma intervenção, disse Simon Saradzhyan em seu material publicado na The National Interest.

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Segundo o assistente do diretor do projeto Russia Matters do Centro Belfer da Universidade de Harvard e Corporação Carnegie de Nova York, os exercícios mais recentes dos militares russos foram uma surpresa para os vizinhos ocidentais da Rússia, que ficaram preocupados por a Rússia aparentemente se preparar para uma campanha militar.

Os militares russos, com efeito, se preparam para a guerra, mas isso não significa que Moscou tencione desenrolar uma guerra, opina Saradzhyan na matéria da The National Interest.

"Pelos vistos, estes e futuros exercícios se realizam para treinar tropas para o caso de circunstâncias pouco previsíveis, inclusive para os piores dos cenários possíveis, bem como para enviar um sinal aos potenciais adversários e 'vizinhos pouco leais' ", disse o especialista.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, um dos objetivos da inspeção é verificar a prontidão de combate das Forças Armadas russas na véspera de outros exercícios – Kavkaz 2016 (Cáucaso 2016). Além disso, mesmo os adidos estrangeiros foram convidados como observadores para estes exercícios.

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Entretanto, Moscou não conseguiu dissipar os receios de Kiev, Bruxelas e Washington, destacou o analista. Em particular, o presidente da Ucrânia imediatamente antes do início da inspeção súbita declarou que, provavelmente, se prepara "uma intervenção de grande escala".

Algumas publicações ocidentais expressaram sua preocupação usando manchetes demasiado impressionantes. Saradzhyan citou o jornal britânico Express: "Putin inicia uma campanha militar de grande escala no meio de receios de que a Rússia quer uma megaguerra".

"Como já disse, não acredito que a Rússia realmente se prepare para uma grande guerra. Entretanto, é o que fazem os generais de todos os países. A preparação para o pior cenário é o seu trabalho e o objetivo dos exercícios de grande escala é verificar se as Forças Armadas estão prontas para tais cenários", disse o analista.

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No entanto, isso não significa que a liderança militar russa quer que estes cenários se realizem, notou Saradzhyan, destacando que seria ilógico convidar adidos estrangeiros para observar uma megaguerra com a OTAN.

O especialista explica que a Rússia realiza treinamentos estratégicos todos os anos depois que a economia russa recuperou e parece que isso vai continuar no futuro.

A inspeção de surpresa à prontidão imediata das Forças Armadas russas foi iniciada na quinta-feira (25) e abrange os distritos militares do Sul, Ocidental e Central da Rússia, bem como a Frota do Norte, a Força Aeroespacial e as Tropas Paraquedistas. Os treinamentos durarão até 31 de agosto.

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