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Matemática de votos e discussões esquentam julgamento de Dilma no Senado

© Pedro França/Agência SenadoSenadores articulam estratégias durante o julgamento de Dilma Rousseff no Plenário
Senadores articulam estratégias durante o julgamento de Dilma Rousseff no Plenário - Sputnik Brasil
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O início do julgamento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, foi marcado nesta sexta-feira (25) por muita discussão sobre questões de ordem.

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski abriu a sessão lembrando aos senadores que agora eles são verdadeiros juízes. Se dizendo preparado, Lewandowski afirmou que não há prazo para concluir o julgamento de Dilma Rousseff.  

"Todos nós estamos preparados para enfrentar o que for necessário. Não há prazo para a conclusão do julgamento."

Durante o julgamento, oposição e governo articulam as estratégias, tentando fechar a matemática dos votos.

Para o Senador Roberto Requião (PMDB-PR)  o placar da última votação no Senado que foi de 59 a favor e 21 contra o impeachment em nada vai interferir na votação de agora.  "Esse placar não tem nenhum sentido para a votação de segunda-feira (29), porque alguns senadores votaram pela admissibilidade para não serem assediados. O voto verdadeiro é o voto de agora, de segunda-feira(29). O meu voto é claro, eu voto contra o impeachment, não vejo sentido nisso."

Já o senador Eunício Oliveira (PMDB — CE)  declarou que acredita haver de 59 a 61 votos suficientes para afastar Dilma Rousseff em definitivo da presidência.

"Eu não tenho a menor dúvida que nós teremos aqui entre 59 e 61 votos a favor do julgamento final do afastamento da presidenta Dilma."

O Presidente da Comissão do Impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), afirmou que não acredita que haverá mudança de voto de qualquer senador.

"A minha expectativa  é que ao longo desses mais  de cem dias, houve a formação da convicção de todos os senadores em relação a seu voto. Foram 59 votos na Pronúncia, não acredito em menos do que 59 votos em relação ao julgamento final. Portanto, não acredito a essas alturas em mudança de convicção de qualquer senador."

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que a estratégia da defesa durante o julgamento será o de aprofundar o debate sobre questões técnicas.

"Nós já temos a nossa estratégia estabelecida. Devemos repetir tudo aquilo que fizemos nas etapas anteriores, ou seja, aprofundar ao máximo o debate sobre as questões técnicas e a partir daí mostrar que não é um impeachment que está em curso, não há nem tipificação dos crimes a que ela é acusada. Por outro lado lamentamos o fato de que a acusação que normalmente em todos os processos é quem mais busca a produção de provas, agora age exatamente como as fases anteriores, no sentido de evitar a produção de provas e fugir do debate."

Para o senador João Capiberibe (PSB-AP) a aprovação do impeachment, não vai resolver a crise no país, só vai aprofundá-la. "Na verdade o processo do impeachment está completamente descompromissado com a crise que o país está atravessando. Na verdade é uma disputa de poder e que faz com que a crise se aprofunde. Infelizmente, (o impeachment) não é solução para nada. É o aprofundamento da crise política com consequências na crise econômica."

Por conta da pressão dos senadores pró-impeachment em tentar agilizar etapas do julgamento, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que não vai aceitar a antecipação do calendário do julgamento do impeachment contra a presidenta afastada Dilma Rousseff. De acordo com Lindbergh, se a votação final que estava prevista para ocorrer no dia 29 de agosto foi antecipada para sábado, dia 26, a defesa vai declarar guerra e vai convocar para falar no Plenário do Senado todas as 40 testemunhas a que tem direito.

Conforme o rito estabelecido, Dilma Rousseff fará sua defesa em Plenário na manhã de segunda-feira (29). Os senadores poderão fazer perguntas à presidente afastada, assim como os advogados de acusação e de defesa, mas ela tem o direito de responder ou não aos questionamentos.

Para que a presidenta seja afastada definitivamente da presidência da República são necessários 54 votos dos 81 senadores. Se este número não for alcançado, Dilma Rousseff será absolvida da acusação de crime de resonsabiliade e reassumirá o cargo.

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