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Servidores do Itamaraty dizem que só voltam ao trabalho quando governo negociar reajuste

© Elza Fiúza/Agência BrasilItamaraty greve
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O Ministério das Relações Exteriores tem uma postura dura de diálogo não só com países bolivarianos, como Equador, Bolívia e Venezuela, mas também em relação aos seus próprios funcionários. O sindicato da categoria, o Sinditamaraty confirmou o segundo dia de paralisação da categoria no Brasil e no exterior.

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, a presidente do Sinditamaraty, Suellen Paz, diz que a greve foi a única alternativa ao total descaso do governo em atender às reivindicações dos servidores que reclamam de salários defasados desde 2008. Segundo o sindicato, 30% continuarão em atividade, atendendo à legislação de greve, mas isso vai atrasar a liberação de inúmeros documentos à população.

A pasta ofereceu reajuste de 27,9% em várias ocasiões, a ser dividido em três anos a partir de janeiro de 2017, proposta recusada pelo sindicato, que aponta defasagem média de 28,48% para o cargo de assistente de chancelaria; 31,88% para o posto de oficial de chancelaria e de 7,11% para os diplomatas. Além disso, o Sinditamaraty reivindica subsídio inicial de R$ 7.284,89 e final de R$ 12.517,16 para assistentes de chancelaria; subsídio inicial de R$ 21.644,81 e final de R$ 28.890,13 para diplomatas; e inicial de R$ 14;380,72 e final de R$ 20.713,63 para oficiais de chancelaria. O Itamaraty tem hoje cerca de 3.500 servidores na ativa.

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A presidente do Sinditamaraty afirma que a greve é por tempo indeterminado e vai depender da postura do governo.

"O diálogo com os servidores não é precário apenas nessa gestão. Ele sempre foi precário. Na verdade, o Itamaraty é um órgão que, em tese, nem deveria ter um sindicato caso ele fosse um órgão bem gerido, mas como ele tem uma gestão muito deficitária e errática foi necessário criar um sindicato para que todas as carreiras tivessem voz no processo decisório do órgão."

Segundo a sindicalista, os servidores tentaram evitar a greve desde o ano passado, buscando negociação com o Ministério do Planejamento e Gestão.

"A gente acredita que a negociação foi comprometida, boa parte, por falta de apoio da própria administração do órgão. A gente encaminhou a proposta para o Planejamento, que também de uma forma absolutamente relapsa nunca se debruçou sobre a proposta que enviamos. Fizemos um estudo muito técnico a respeito das carreiras e dos salários e pudemos confirmar que as carreiras do serviço exterior brasileiro recebem os menores salários da Esplanada."

Suellen diz que os serviços à comunidade não vão deixar de ser prestados, mas eles terão velocidade muito mais lenta, porque o sindicato garantirá apenas 30% de servidores trabalhando. Em relação à demanda dos  estrangeiros nem esses 30% estão garantidos. Os serviços afetados serão emissão de certidão de nascimento, passaporte, atos notariais de cartório, como declarações, legalização de documentos, entre outros.

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