Crise do Mercosul: que futuro América Latina terá pela frente?

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A fase aguda da crise começou no final de julho quando a Venezuela avisou seus parceiros que nos próximos seis meses ela assumiria a presidência desta organização regional.

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Pressão sobre Venezuela faz prever fim do Mercosul?
De acordo com o regulamento interno, o turno de Caracas chegou. No entanto, o Brasil, a Argentina e o Paraguai manifestaram a necessidade de consenso entre todos os membros da organização. E chamaram a adiar a presidência dos venezuelanos. A situação complicada no país foi considerada a principal razão.

Aleksandr Chichin, diretor da Faculdade das Ciências Econômicas e Sociais da Academia russa de Economia Nacional e Administração Pública, compartilhou a sua opinião com a Rádio Sputnik.

"O Mercosul no momento de sua criação era um bloco promissor mas agora ele está se dissolvendo porque os países que o criaram agora estão em outra posição. Os atuais governantes da Argentina e do Brasil são líderes completamente pró-americanos, por isso eles não se vêm colaborando com um socialista e marxista como é Nicólas Maduro. Neste contexto, o futuro desta união acaba por ser uma grande questão", afirma especialista.

Como a Venezuela é o componente energético da associação, aqui surge a questão: será que, por causa da política, eles querem quebrar os laços econômicos e causar problemas a si mesmo?

Aleksandr Chichin acredita que hoje em dia o Paraguai, o Brasil e a Argentina estão orientados para as associações criadas pelos americanos, como por exemplo, a Parceria Transatlântica ou o Círculo de Pacífico.

"As relações económicas simplesmente entraram em colapso, elas, na verdade já eram fracas. Havia tantos projetos, mas não havia nenhumas ações. E agora, quando os americanos criaram alianças tão atrativas, claro que eles olham para o lado do vizinho do norte", acrescenta o cientista.

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Brasil, Argentina e Paraguai ainda tentam impedir Venezuela na presidência do Mercosul
Como sublinha Aleksandr Chichin, não vale a pena refletir sobre a economia, visto que politicamente os países já se distanciaram o máximo possível. "Ninguém quer se comunicar com o Maduro, ele está trancado em sua fortaleza".

Ao responder à questão sobre o regime de Maduro, ele disse que, por enquanto, não há manifestações, mas uma vez que começarem, aparecerá a oposição. O que ajuda muito Maduro, destaca Chichin, é que a oposição venezuelana não está unida.

Infelizmente, sublinha o especialista, os países latino-americanas pouco ganharão com a adesão a novos blocos: "É claro, eles vão estar lá como uma quinta roda no carrinho […] Convidar esses países não é um nível de quem irá constituir a base econômica desta parceria. Esta parceria obviamente é dirigida contra a China e a Rússia, para deixá-las de lado. Quanto aos latino-americanos, eles ficaram mais uma vez na periferia, eles queriam se unir, mas não resultou, eles não conseguiram e a união está se dissolvendo".

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