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#OcupaMinc abre portas do Canecão para protestar contra Temer às vésperas das Olimpíadas

© Alexander Lazarev / Sputnik Brasil#OcupaMinc abre as portas do Canecão para protestar contra governo interino de Michel Temer
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O movimento #OcupaMinc RJ deu um grande passo em sua militância cultural nesta quinta-feira (4), resgatando o histórico espaço da casa de shows Canecão para promover atividades culturais em protesto ao governo interino de Michel Temer.

Surgido inicialmente para resistir à fusão do Ministério da Cultura com o Ministério da Educação, determinada pelo governo interino de Temer, o #OcupaMinc continuou com suas manifestações culturais no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio. A ocupação, no entanto, acabou sendo expulsa de forma truculenta pela Polícia Militar no dia 25 de julho, e um tapume fora erguido por funcionários da Concrejato para impedir o acesso ao prédio.

Apesar disso, a expulsão não foi capaz de dissolver o movimento e eis que, apenas dez dias após o incidente, o #OcupaMinc ressurgiu ocupando um verdadeiro ícone da cena cultural do Rio de Janeiro, o Canecão, um espaço que seguia fechado há anos depois ter sido reiterado à UFRJ via uma longa batalha judicial.

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Para saber de que forma isto foi possível e conhecer as perspectivas desse novo palco político-cultural, a Sputnik conversou com um dos integrantes do #OcupaMinc, o cineasta Rodrigo Sellos.

“O Canecão é um espaço federal ocioso, no coração da Zona Sul do Rio de Janeiro. Surgiu a ideia de ocupá-lo e viemos para cá na quarta-feira. (…) Através de reuniões diretas, tivemos e continuamos tendo um diálogo muito franco com a UFRJ. A ocupação tem a sua autonomia e não pretende agredir ninguém. O objetivo é de fazer reverberar este momento importante que é o “Fora Temer” – explicou.

Segundo ele, apesar de a saída do governo interino ser a única bandeira levantada atualmente pelo #OcupaMinc, o movimento estuda, no futuro, abrir outras frente de diálogo.

“A nossa pauta é única: Fora Temer. Mas, tivemos também no MinC debates e rodas de conversa sobre a importância da luta das mulheres, pela igualdade de direitos. Tivemos reuniões com povos tradicionais, originários, quilombolas, indígenas, comunidades das favelas. Tivemos um lindo debate sobre genocídio, a população, com as mães dos meninos que foram assassinados co 111 tiros” – disse.

“A intensidade da ocupação é de ser um pólo de reverberação para as questões sociais como um todo. A gente acredita muito na micropolítica” – completou.

Além disso, o momento único dos Jogos Rio 2016 também não passou ignorado pelo movimento. “O nosso foco obviamente é de aproveitar as Olimpíadas para dialogar com o mundo, num momento em que este vive um momento muito tenso de representações de direita, extremistas, muito radicais. É um momento importante para reverberarmos todas essas pautas de esquerda e “Fora Temer””. 

Falando sobre estrutura organizacional da ocupação, Sellos garantiu tratar-se de um movimento horizontal, composto por trabalhadores da cultura. “Todos que tocam e trabalham na ocupação o fazem de graça, ninguém ganha por isso. Não existe patrocínio, o dinheiro entra somente através de doações. São ativistas artísticos, de arte e cultura, de arte e política. A nossa plataforma de reivindicação é a arte e cultura, nos expressamos através delas”.

Já com relação ao episódio da reintegração de posse do Palácio Gustavo Capanema, Sellos destacou a violência com que a mesma foi feita.

“Fomos expulsos sem nenhum aviso prévio pela Polícia Federal, de uma forma muito truculenta e covarde, às 6 da manhã de uma segunda-feira. Retiraram uma menina nua que estava dormindo dentro da barraca, colocaram metralhadora na cabeça, com frases tipo “perdeu playboy”.

Outro integrante do #OcupaMinc, o estudante Felipe Hermeto, também falou sobre o episódio: 

“A posse do Capanema foi reintegrada pelo IPHAN, junto com a Concrejato, numa ação que envolveu Polícia Federal, pesadamente armada, retirando todos do edifício. Dois dias após ocuparmos a frente do Palácio, foi construído um muro, que chamamos de ‘muro da vergonha’, cercando todo o Capanema e, inclusive, dificultando o acesso dos funcionários, o que a gente nunca tinha feito. Isso suscitou questões relativas à origem dos recursos do tapume, que não está previsto no contrato na Concrejato, ficando a dúvida de onde teria vindo o dinheiro e de quem teria partido a ordem para construí-lo. Isso suscita a questão da parceria público-privada, de como o estatal-burocrático é facilmente cooptado pelo privado.” – lembrou o militante.

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