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Guerra ao terror: Brasil age com 106 países para defesa das fronteiras e da Rio 2016

ENTREVISTA COM RICARDO CABRAL 2 DE 26 07 16
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Em recentes declarações sobre a segurança nas fronteiras do país, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, admitiu falhas no monitoramento da extensa região "de 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres e 7,5 mil de fronteiras no mar", mas elogiou colaboração do Brasil com mais de 100 países.

Sobre as declarações do ministro, Sputnik Brasil conversou com um especialista em Segurança Militar, o professor de História e Relações Internacionais, Ricardo Cabral, pesquisador e colaborador da Escola de Guerra Naval. Para Ricardo Cabral, a primeira questão a ser considerada quando se trata de segurança nas fronteiras é de ordem orçamentária:

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"É preciso orçamento, é preciso liberar verbas para uma efetiva defesa das fronteiras", diz Cabral. "Por exemplo, nós temos dois sistemas que são fundamentais para o país e enfrentam graves dificuldades financeiras, o Sisfron e o Sisgaaz. O Sisfron – Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, executado pelo Exército, avança a passos muito lentos. Já o Sisgaaz – Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul [o Mar Brasileiro] está simplesmente parado por falta de recursos financeiros."

O colaborador da Escola de Guerra Naval destaca que "é importante notar que a ação das Forças Armadas nas fronteiras é subsidiária. A tarefa principal da vigilância terrestre deve competir à Polícia Federal com apoio da Polícia Rodoviária Federal e das Polícias Estaduais, com os contingentes que atuam junto às áreas fronteiriças".   

Ainda segundo Ricardo Cabral, as Forças Armadas têm planos definidos para modernização de suas frotas e dos seus equipamentos, mas têm esbarrado no problema que se repete há muitos anos – a falta de verbas para que as compras sejam consolidadas:

"Há projetos elaborados há 20 anos ou mais e que não podem ser executados porque os recursos não são liberados. Os sucessivos Governos anunciam verbas, mas, na hora de distribuí-las, elas acabam sendo contingenciadas. Quer dizer, não podem ser usadas. Assim, de adiamento em adiamento, a defesa do país vem sendo sacrificada."

O Professor Cabral também analisa a cooperação que o Brasil montou com outros países para reforçar a segurança neste período de Olimpíadas e Paralimpíadas:

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"Uma das melhores coisas que o Governo anterior [de Lula e Dilma Rousseff] fez foi montar o Centro Internacional Integrado de Inteligência. Pelo que se sabe, são 106 países trabalhando em conjunto com o Brasil, compartilhando informações sobre riscos que o país pode enfrentar durante estes dois grandes eventos [a Olimpíada e a Paralimpíada]. O problema é saber como a Abin – Agência Brasileira de Inteligência vai processar esta imensa quantidade de informações que está recebendo. A questão é saber a velocidade com que a Abin poderá processar estas informações e tirar o máximo proveito delas. Mas, de qualquer forma, é uma iniciativa louvável esta cooperação internacional com o Brasil para a segurança do país."

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