Às armas? França debate o renascimento da Guarda Nacional

© REUTERS / Philippe WojazerSoldados franceses patrulham movimento de turistas na entrada do Louvre, em Paris
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O presidente da França deve demonstrar mais disponibilidade para ajudar a recriar a Guarda Nacional do seu país com o fim de combater o terrorismo, informou à Sputnik o parlamentário francês Jean-Marie Bockel.

Em entrevista, Bockel sublinhou que o presidente francês tem que fazer declarações mais claras e exatas no que diz respeito à reforma da Guarda Nacional.

A entrevista foi realizada depois da tragédia do dia 14 de julho na cidade francesa de Nice, quando um caminhão atropelou a multidão das pessoas que celebravam o Dia da Bastilha, deixando pelo menos 84 mortos, incluindo crianças, e centenas de feridos.

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Bockel é um dos autores do relatório que exorta a promoção do desenvolvimento da reserva militar e sua conversão em Guarda Nacional da França. O documento, que presta a maior atenção a ataques terroristas e instabilidade, já foi encaminhado à Comissão de Defesa do Senado.

De acordo com Bockel, a Guarda Nacional da França, que é um termo estabelecido em 13 de julho de 1789, um dia antes da tomada da Bastilha, será o novo nome da reserva militar do país, que foi reduzida consideravelmente depois do cancelamento do recrutamento obrigatório.

"Precisamos da reserva militar que seja a Defesa Nacional do Exército francês, isto é, uma Guarda Nacional que, além dos recursos da Gendarmaria, seja capaz de cobrir melhor o território do país para enfrentar os problemas sérios", disse Bockel, se referindo aos ataques terroristas.

O ministro do Interior da França Bernard Cazeneuve pediu a todos os patriotas para se juntarem à reserva operacional voluntariamente "para aumentar a capacidade máxima deste recurso nos próximos dias".

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'O problema da França é que não se pode falar do problema'
Porém, na opinião do analista político francês Thomas Guenole esta ação parece nada mais do que uma pura jogada de marketing. De acordo com o recente relatório parlamentar, usar pessoal em espaços públicos para segurança não tem efeito e leva ao desperdício de grandes recursos materiais e humanos não reduzindo a ameaça terrorista. Segundo ele, é necessário prestar atenção às fontes de financiamento do terrorismo que é são o foco do problema.

"Por um lado, não podemos dizer que vai ser feito absolutamente tudo para reduzir a ameaça terrorista, e, por outro lado, introduzir um orçamento limitado para a polícia. É uma contradição absoluta em termos de lógica", concluiu.

Vale notar que no início de julho de 2016 o presidente russo Vladimir Putin assinou a lei que cria a Guarda Nacional. O novo órgão federal será responsável por combate ao terrorismo e crime organizado, políticas de emergência, operações antiterroristas, proteção de instalações governamentais e assistência ao Serviço Federal de Segurança na vigilância das fronteiras no país.

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