Por que EUA desapoiaram seus aliados na Síria?

© AP Photo / Azamat ImanalievO bombardeiro KC-135 da Força Aérea dos EUA
O bombardeiro KC-135 da Força Aérea dos EUA - Sputnik Brasil
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Segundo o jornal norte-americano The Washington Post, a operação militar no leste da Síria liderada pela Força Aérea dos EUA falhou porque os norte-americanos abandonaram os seus aliados durante a ofensiva contra militantes do Daesh.

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O The Washington Post afirmou que este incidente colocou em dúvida o fato de ser possível para os EUA e coalizão internacional criar forças sírias capazes combater os militantes se precisam deslocar suas forças em momentos críticos de tais operações militares.

O especialista iraniano em assuntos do Oriente Médio Hassan Hanizadeh disse à Sputnik que a estratégia dos EUA para criar uma coalizão internacional contra o terrorismo foi um fiasco.

"A coalizão, criada 3 anos atrás sob a tutela dos EUA contra o Daesh e composta de 66 países, não conseguiu resultados significativos. Suas estratégias e seus planos, as operações para eliminar o fenômeno do Daesh fracassaram. O objetivo de criar esta coalizão para os EUA não foi a luta, mas os trabalhos preparativos para aumentar a influência dos terroristas", disse Hanizadeh.

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Segundo o cientista político, os recentes desenvolvimentos na Arábia Saudita, Turquia, Bangladesh e Iraque mostraram que os EUA estão preocupados com as ações do Daesh em territórios de seus aliados como Arábia Saudita e Turquia.

"Hoje os EUA não tem outra opção senão cooperar com grandes atores na região como o Irã e a Rússia para neutralizar os terroristas que criaram. Quando o Daesh se aproximou das fronteiras dos amigos e aliados dos EUA, Washington foi obrigado a alterar radicalmente sua estratégia na região e criar imediatamente uma aliança séria com outros países contra o Daesh", disse o especialista.

Na opinião dele, a fuga da aviação norte-americana em direção ao Iraque mostra que "o Pentágono está muito preocupado que os terroristas possam conseguir êxitos no Curdistão iraquiano e em Mossul". Essa fuga significa que os EUA necessitam de cooperar com os atores principais que combatem o Daesh na região.

Outro especialista em política internacional, o diretor do Centro analista de pesquisa de relações interacionais, Seyed Abd al Majid Zavari, disse que esta já não é a primeira vez que os norte-americanos realizam tal manobra no culminar da batalha. O objetivo norte-americano é causar dano à Rússia e ao Irã.

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"Não é segredo que os norte-americanos prestam apoio logístico, aéreo e militar, financeiro e estratégico a grupos terroristas na Síria e no Iraque. <…> A fuga mais recente da Força Aérea dos EUA do campo de batalha no leste da Síria foi uma manobra tática de uma nova grande estratégia de Washington na região do Oriente Médio para o futuro", disse al Majid Zavari.

"A razão disso é os EUA não quererem eliminar completamente os terroristas na região. Em vez de lutar contra o Daesh, os EUA usam o Daesh como um instrumento de pressão sobre os seus rivais na região – a Rússia e o Irã", afirmou.

Na opinião do especialista iraniano, o roteiro político elaborado até 2020 pelos EUA pretende colocar a Ásia Ocidental no meio de numerosas guerras civis com o objetivo de causar dano às influências russa e chinesa.

O incidente mais recente na Síria deve se tornar um sinal para outros atores da região – o Irã, a Síria, a Rússia e o Iraque – que devem continuar sua linha política independente.

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