Estratégia de segurança dos EUA na Tunísia está falhando

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Enquanto a comunidade internacional tenta juntar seus esforços na luta contra o Estado Islâmico na Líbia, o nível da segurança na vizinha Tunísia impede a realização das reformas democráticas no país, diz o jornal The National Interest.

As condições de segurança na Tunísia têm estimulado um aumento da assistência estadunidense ao país na área de contraterrorismo. Como o engajamento na matéria da segurança entre os EUA e a Tunisina se aprofunda, os políticos devem permanecer cautelosos em implementação dos processos democráticos da Tunísia.

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O comércio ilícito transfronteiriço é considerado na Tunísia como a principal fonte da renda para as comunidades historicamente marginalizadas em cidades tais como Ben Gardane, Sidi Bouzid, Gafsa e Gabes. Estas cidades também fornecem a maioria dos militantes estrangeiros para a região. Estas cidades têm perspectivas econômicas baixas, alta taxa de desemprego, desigualdades econômicas regionais e uma relação historicamente antagônica com a elite do governo. Por isso o contrabando e outras formas de atividades comerciais ilegais são consideradas como a principal fonte do rendimento.

Cidades como Ben Gardane, que ficam cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Líbia, servem como a principal ponte para o trânsito de todas as formas de contrabando, desde petróleo do mercado negro até armas e potenciais militantes, perseguidos no exterior por serem jihadistas.

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Atualmente os Estados Unidos concentram esforços principalmente nos problemas mais importantes da Tunísia – as posições jihadistas na fronteira com Líbia. O suporte técnico e treinamento estadunidense tinha o papel fundamental no apoio à Tunísia na área de contraterrorismo doméstico e contrabando. O fornecimento de armamento e meios de vigilância e de transporte aéreo avançados pode melhorar a segurança nas fronteiras. Mas para melhorar a cooperação na área de contraterrorismo é preciso que os serviços de segurança sejam sensíveis aos problemas locais e considerados como legítimos pelas próprias comunidades do país.

Até agora, a política do governo nesse sentido está fracassando. A força policial é considerada como corrupta. Além disso, enquanto os militares tem uma reputação melhor, a corrupção ameaça destruir seu prestígio. Por isso existe a possibilidade de que, apesar da boa cooperação na área da segurança entre a Tunísia e os Estados Unidos, tal engajamento pode cultivar a dependência em vez de reformas institucionais necessárias para aplicar efetivamente os recursos estatais na luta contra o terrorismo.

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Esta preocupação está longe de ser superficial e seu impacto pode afetar a região inteira. Mas, apesar dessa tendência infeliz, os investimentos norte-americanos em assistência militar para o país durante a presidência de Obama nunca caiu abaixo de 73% da assistência global para a região. Por outro lado, as dotações para a instituição de instrumentos democráticos e programas de governança permaneceram ao nível de 4,8% da despesa total estadunidense com o Oriente Médio e Norte da África ao longo da presidência de Obama.

Esta tendência mostra o desequilíbrio entre a assistência no sector da segurança e nas reformas econômicas e de governança, necessárias para afastar as comunidades marginalizadas dos caminhos ilícitos.

O apoio ao sector da segurança da Tunísia deve se concentrar não somente em entrega de armas ou treinamento. Em vez disso, os Estados Unidos devem concentrar sua ajuda em melhorias na área da governança e das reformas globais.

O aumento da assistência na área da segurança sem formar uma base para o respeito dos direitos humanos e para reformas institucionais somente irá piorar ainda mais a situação de desconfiança. Este objetivo é atingível somente depois do governo empreender medidas de forma agressiva para acabar com as práticas de corrupção, abusos de poder e direitos humanos. O estabelecimento da segurança geral na Tunísia exige que o governo restaure a sua confiança entre os cidadãos, especialmente nas regiões das comunidades marginalizadas.

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