Por que EUA devem ficar longe da Síria?

© AFP 2023 / US NAVY / MC2 JACOB G. SISCOCoalizão liderada pelos EUA faz ataques aéreos contra o Estado Islâmico
Coalizão liderada pelos EUA faz ataques aéreos contra o Estado Islâmico - Sputnik Brasil
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Em um artigo da publicação norte-americana The National Interest, o especialista em política externa e então assessor especial do presidente dos EUA Ronald Reagan, Doug Bandow, aconselhou aos EUA a não realizar uma intervenção na Síria.

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Segundo Doug, nos últimos tempos os diplomatas norte-americanos ficaram indignados com o fato de a administração Obama se recusar a incluir na agenda oficial uma grande guerra na Síria. A mesma ideia foi ecoada pela presidenciável Hillary Clinton. Entretanto, ninguém dos apoiantes da guerra pode explicar como o envolvimento dos EUA na Síria pode terminar a guerra ou servir os interesses norte-americanos.

O especialista afirma que sim, a intervenção é uma parte inalienável da cultura política norte-americana e os políticos dos EUA acreditam que podem realizar engenharia social no estrangeiro, ou seja, impor cultura, história, religião e muitas outras coisas através da força. Os neoconservadores norte-americanos, bem como os intervencionistas liberais, partilham esta visão perigosa.

Doung sublinha que as intervenções na Líbia e no Iraque levaram a consequências catastróficas, mas para a Síria uma intervenção externa é particularmente indesejável.

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Os apoiantes norte-americanos do estilo militarista na política externa pensam que o vácuo na Síria não seria preenchido pelo Daesh se os EUA tivessem agido no tempo certo. Se Bashar Assad tivesse sido derrotado e o povo sírio tivesse conseguido construir uma Síria democrática. [Tendo em conta que o Daesh foi um resultado do vácuo que surgiu no Iraque depois da intervenção devastadora norte-americana – red.]

Doung destaca que o fato de que os EUA insistiram na destituição do presidente sírio Bashar Assad foi a razão porque o conflito explodiu ainda mais.

As ações militares na Síria agora são mais perigosas devido ao envolvimento militar russo. Entretanto, na opinião do autor, a introdução de uma zona de exclusão aérea na Síria não pode trazer a paz, mas pode resultar em conflito com o uso de armas nucleares entre os dois países.

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Na verdade, diz Doung, ninguém sabe como resolver a situação na Síria. A derrota de Assad abrirá caminho para o Daesh e outros radicais. O apoio aos rebeldes moderados acabou com apoio indireto ao mesmo Daesh e à Frente al-Nusra, bem como aos militantes do Al-Qaeda.

Os EUA não têm resposta de como pacificar a situação na Síria, que desestabiliza toda a região. Na opinião de Doung, a estratégia mais correta é a de não fazer algo mal ou seja ficar fora do conflito, não contribuir para a tragédia e prestar ajuda humanitária para os que necessitam dela mais.

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