'Síndrome do trabalhador louco' mata funcionários da Rússia e Japão

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Resultados recentemente publicados em um estudo da Universidade de Bergen norueguesa mostraram a relação entre vício em trabalho e transtornos mentais. Segundo os dados publicados, os viciados no trabalho são mais sujeitos a doenças mentais, experimentam ansiedade, são propensos à depressão, agressão desmotivada e mesmo ao suicídio.

​A assiduidade no trabalho é bem-vinda em todos os lugares e o viciado em trabalho às vezes está confundindo isso com responsabilidade, determinação, inspiração. Isso está acontecendo com frequência nas metrópoles, onde os funcionários raramente têm possibilidade de se distrair do trabalho e relaxar. Como resultado, as pessoas que são forçadas ou voluntariamente assumem o monte de trabalho ganham a "síndrome de trabalhador louco" ou cientificamente — a síndrome de esgotamento emocional, que os médicos chamam a doença do século XXI.

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No Japão, a síndrome tem uma forma mais exagerada. Trabalhar lentamente e tentar economizar esforços, segundo os padrões japoneses, é o maior pecado. Tal funcionário se tornará imediatamente em "ovelha negra" e em o objeto de condenação dos colegas. Mas os esforços humanos não são ilimitados e às vezes chegam ao limite. A manifestação mais marcante desta síndrome é a morte por fadiga crônica. Entre os países industrializados, o Japão foi um dos primeiros países a enfrentar este problema: a palavra "Karoshi" já é bem conhecida da terminologia internacional.

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Mas mesmo entre os japoneses se encontram pessoas preguiçosas, estúpidas ou que apenas não sabem trabalhar. Mas eles conhecem muito bem a regra que mostrar assiduidade às vezes é mais importante do que trabalhar no duro. O americano G. Reynolds, que trabalhou vários anos numa empresa japonesa, descreveu à agência Sputnik o trabalho deles da seguinte forma: "Os japoneses acreditam que, independentemente do volume de trabalho real, é necessário ter aparência de uma pessoa muito ocupada no trabalho. A principal maneira de demonstrá-lo é a pressa e agitação. Correr até à máquina copiadora que fica a menos de 3 metros. Ou batendo freneticamente no teclado, digitando uma carta de negócios. O trabalho duro real e a mostra de assiduidade são avaliados por igual, portanto, o trabalho de forma rápida e com um ligeiro elemento de pânico deve demonstrar aos outros o profissionalismo do funcionário e a conformidade dele com o ideal do funcionário."

​A Rússia entrou no caminho da economia de mercado mais tarde, em comparação com o Japão. Agora, nas empresas russas o trabalhador deve não somente trabalhar duro, mas também ter a reação e capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. O estresse constante no trabalho levou ao fato de que, de acordo com estatísticas, cerca de 25% dos russos estarem experimentando sintomas de fadiga crônica.

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"A síndrome de esgotamento emocional é um grave problema do nosso tempo, considera a psicoterapeuta russa Ekaterina Levina. Estamos passando por crises econômicas. Estamos perdendo confiança na estabilidade da situação social e financeira, temos medo de perder o emprego. Aumenta a concorrência para os trabalhos prestigiados e bem pagos e o volume de trabalho. Tudo isso afeta a mentalidade das pessoas e às vezes leva a resultados trágicos. Cerca de 10 anos atrás, esta síndrome estava aparecendo aos 40 anos, mas agora isso acontece aos 30. A sociedade está se desenvolvendo tão rápido que o esgotamento emocional pode ocorrer mesmo aos 25 anos. Isto acontece principalmente devido ao fato de o homem viver não pelos seus valores individuais, mas se adaptar aos valores do ambiente. Por exemplo, um funcionário sempre deve ser promovido na carreira e tentar se tornar o chefe. Se não, aos olhos da maioria ele aparecerá como passivo e inútil para o negócio. No entanto, para as "pequenas" pessoas, que não colocam inicialmente o objetivo de se tornarem um alto funcionário, a probabilidade de esgotamento emocional é também bastante grande. Especialmente se o funcionário faz um trabalho de que não gosta e passa um longo tempo sem ser promovido por causa das circunstâncias. Neste caso, os jovens podem simplesmente mudar de emprego, mas para as pessoas idosas, num estado de crise, o medo da mudança é maior de que o desconforto."

Tradicionalmente se culpa a preguiça. No entanto, tem que lembrar que as soluções mais engenhosas nos visitam quando o cérebro está em modo passivo. Isso dizem os médicos.

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