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Magariños diz que Argentina e Brasil precisam buscar novos mercados

REPORTAGEM ARGENTINA X BRASIL 2 DE 16 06 16
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O embaixador argentino no Brasil, Carlos Alfredo Magariños disse ao participar de audiência pública promovida pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que Argentina e o Brasil precisam ser mais 'agressivos' na busca por novos acordos de comércio com outras partes do mundo.

O embaixador argentino discutiu com os senadores os 30 anos do lançamento do Programa de Integração e Cooperação Econômica (PICE) entre Argentina e Brasil assinados pelos então presidentes José Sarney e Raul Alfonsin, em 1986.

Durante a audiência Carlos Alfredo Magariños destacou o crescimento do intercâmbio militar e das relações comerciais e políticas entre os dois países vizinhos ao longo das últimas décadas.

Segundo o embaixador, os países emergentes já representam mais da metade do Produto Interno Bruto global em paridade de poder de compra. Uma nova classe média global terá, em 2020, 3,2 bilhões de pessoas, das quais 54% na Ásia. Empresas de países emergentes estão alcançando liderança na economia mundial. O embaixador questionou que lugar terão as empresas do Brasil e da Argentina nesse processo? 

Diante disso, Carlos Magariños defendeu que os dois países resolvam rapidamente seus conflitos bilaterais e elaborem uma ação conjunta do Mercosul para melhor se inserirem na economia internacional.

“Pensar em mercados que estão fora da nossa região, para aumentar a possibilidade de nossas empresas, dos nossos trabalhadores, de nossos cidadãos de viver melhor.”

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Sobre a expansão comercial, o embaixador citou a China, que tenta atualmente criar uma Nova Rota da Seda, um conjunto de ferrovias e rotas de navegação que possibilite a ampliação do comércio chinês com a Europa e a Ásia Central.

Magariños, destacou por exemplo, que Brasil e Argentina podem chegar 'muito rapidamente' ao livre intercâmbio de automóveis, desde que superem certas 'desconfianças' que existem dos dois lados. Para ele é preciso 'nivelar o campo de jogo', já que existem diferenças entre os regimes tributários dos dois países, especialmente em função do programa Inovar Auto. Será necessário ainda garantir proteção ao setor de auto-peças da Argentina.

Durante o debate, o senador Laiser Martins (PDT-RS) solicitou empenho do embaixador argentino e o futuro embaixador brasileiro em Buenos Aires, Sérgio Danese, na construção de uma ponte sobre o Rio Uruguai ligando os dois países. O parlamentar sugeriu a adoção de novos modelos de financiamento para a obra, como parcerias com a iniciativa privada.

Os senadores lamentaram que nos últimos cinco anos houve uma queda no comércio bilateral entre os países que chegou a alcançar US$39,6 bilhões em 2010, e agora caiu para US$ 23 bilhões. 

O embaixador admitiu que nos últimos anos,  a falta de divisas da Argentina levou o país a impor barreiras às suas importações, mas lembrou que o presidente Maurício Macri tem levantado obstáculos ao comércio internacional. 

Para estreitar ainda mais as relações entre Brasil e Argentina, na reunião foram criados o Grupo Parlamentar Brasil-Argentina, que será composto por deputados e senadores, e o Fórum Parlamentar Brasil-Argentina, que vai ser integrado por senadores dos dois países. 

De acordo com o autor da iniciativa, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o Fórum Parlamentar poderá ajudar a resolver os entraves comerciais entre os países.

“A Argentina é um grande parceiro estratégico do Brasil. Brasil e Argentina juntos constituem um grande mercado comum, se nós pudéssemos ter um único mercado e o Mercosul para nós é algo definitivo na nossa política externa. Agora, nós temos uma série de questões que precisam ser discutidas e que o Fórum Parlamentar pode ajudar a resolver, ou pelo menos a equacionar.”

Aloysio Nunes ressaltou ainda outros empreendimentos conjuntos que podem ganhar agilidade como a Hidrovia Binacional, que só vai ser implementada após a superação de questões regulatórias, ambientais e trabalhistas nos dois países.

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