China e EUA tentam evitar guerra cibernética

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Pequim e Washington estão satisfeitos com o diálogo para combater o crime no ciberespaço. A agência Xinhua destacou sete linhas de orientação em que houve avanços com os resultados da segunda rodada de consultas em Pequim. A representante dos EUA Suzanne Spaulding sublinhou o progresso na troca de informações sobre ameaças cibernéticas.

O especialista em inteligência competitiva Yevgeny Yuschuk acredita que o regime reflete o desejo da China e dos EUA em excluir os fatores imprevistos que possam dar início a uma guerra cibernética.

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A Xinhua falou dos principais resultados das rodadas de negociações de alto nível, a primeira foi em dezembro do ano passado em Washington, a segunda — nos dias 13 e 14 de junho em Pequim. As partes têm um plano de ação. A colaboração na defesa do ciberespaço está sendo intensificada. Há troca de informações, inclusive sobre os crimes já resolvidos. Finalmente, há um acordo sobre a terceira rodada de diálogo.

As autoridades dos EUA estão satisfeitas com o progresso na troca de informação com a China sobre ameaças cibernéticas, disse a porta-voz do Departamento de Segurança interna dos EUA Suzanne Spaulding. Ela também salientou a importância de contatos contínuos com a China nesta área e a necessidade de implementação na prática dos resultados da cooperação dos negociadores e especialistas de alto nível.

Os observadores prestaram atenção ao fato de as partes terem mitigado as acusações mútuas sobre ataques de hackers.

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Yevgeny Yuschuk, professor da Universidade Econômica Estatal dos Urais e especialista em inteligência competitiva, comentou em uma entrevista à Sputnik os esforços da China e dos EUA para saírem da sombra de uma guerra cibernética:

"A situação reflete o ambiente que havia nos tempos da corrida armamentista nuclear. É muito caro e é muito perigoso, na verdade, porque existem infraestruturas, cuja neutralização pode ser perigosa para a sociedade e ter consequências graves."

"Nesta situação é necessário, como mostrou a experiência de confronto nuclear nos anos 70 e 80 do século passado, excluir sempre dois fatores. Primeiro, a pressão acidental no gatilho, quando a ação do outro lado seja interpretada incorretamente. Segundo, é o de terceiras partes, que podem interferir nos interesses dos dois Estados. Portanto, essas relações sino-americanas são em primeiro lugar uma possibilidade de excluir os fatores imprevistos e não necessariamente gestos de boa vontade ou de boas relações de uns com os outros".

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Ao começar as consultas intergovernamentais sobre crimes no ciberespaço, Xi Jinping e Barack Obama, em setembro de 2015, não se pronunciaram sobre a capacidade de limitar as informações. Isso também é totalmente compreensível, acredita Yevgeny Yuschuk.

"Não faz sentido silenciar ou não a reciproca coleta de dados, ou a espionagem industrial… o fato é que em qualquer país — no Reino Unido, Rússia ou EUA, há legislação que regula a inteligência no contexto de quem a realiza, mas também no contexto de alguém que é objeto de ações de inteligência. Portanto, nem a China, nem os Estados Unidos, têm nada a esconder ou a não esconder, isso está predefinido e é compreensível. Para além disso, a coleta de dados é considerada como uma atividade absolutamente normal, porque simplesmente não há outro jeito para obter informações privilegiadas."

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