Uma pesquisa nacional sobre atitude sexual e modo de vida (NATSAL) do Reino Unido, realizada nos anos 1990-2012 entre 45.000 pessoas e divulgada no jornal The Lancet, revelou que a frequência dos contatos sexuais nos casais diminuiu.
"Se reporta que hoje em dia os ingleses têm sexo com menos frequência", informa o jornal.
Segundo o site Sex by Numbers, "os especialistas pensam que nossa relação excessiva com o mundo digital pode diminuir as relações em um quarto".
Recentemente, o professor David Speigelhalter disse, no Festival Literário de Hay-on-Wye, no Reino Unido: "Foram questionados casais sexualmente ativos, entre 16 e 24 anos, e a média foi cinco vezes no último mês em 1990, quatro vezes em 2000 e apenas três vezes em 2010".
"A este ritmo, até 2030 os casais não vão ter sexo nenhum. É uma tendência muito preocupante… Penso que a razão seja a caixa, a Netflix [provedor global de filmes e séries de televisão]. ‘Meu Deus, devo assistir a segunda temporada da "Guerra dos Tronos"".
"O ponto é que essa dependência forte, a verificação constante de seus telefones, que não tínhamos apenas alguns anos atrás, quando a transmissão parava às 22:30 e não havia nada a fazer. Mesmo o corte de energia salva. Atualmente, as pessoas têm menos sexo", disse o professor.
Entretanto, a especialista de encontros e blogueira Naomi Lewis afirma que não são apenas os shows de TV que matam a vida sexual, mas a tecnologia em geral.
"A tecnologia se tornou a terceira pessoa nas relações, quer seja televisão ou smartphone. Algumas pessoas têm sempre que tê-lo ligado", disse Lewis à Sputnik.
"Somos uma geração preguiçosa. As pessoas gostam de se sentar e assistir à televisão… Cada um está na mídia social. Precisamos começar a desligar e ter interações reais no mundo real para guardar viva a vida sexual".
A colunista Katy Horwood também está preocupada com a mídia social, a Internet e o tempo passado com um monitor."Uma coisa clássica nos nossos dias é pessoas na cama com seus telefones. Não pode ter sexo com alguém que está no seu Twitter, pois não?"
Horwood crê que relações sexuais estão lutando contra o século digital e a proliferação da mídia social.
"A cultura da selfie é horrível. Não compreendo isso… Esta “sociedade de tela” em que vivemos, onde cada pessoa sempre está olhando para seu celular. Claro que isto afetará a nossa maneira de comunicar fisicamente".
Mas ela ainda tem esperança.
"As pessoas ainda têm esse instinto animal e querem ter sexo. Então, espero que isso preserve nossa vida sexual".