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Dilma ao 'The New York Times': 'Eu incomodo os parasitas e vou continuar incomodando'

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Mesmo isolada no Palácio do Planalto pelo governo Temer, a presidente Dilma Rousseff mostra que resiste às pressões pela aprovação de seu impeachment. Em entrevista ao "The New York Times", a presidente acredita que o processo poderá ser revertido no plenário do Senado e disparou: "Eu realmente incomodo os parasitas e vou continuar incomodando."

O jornal — que em diversos editoriais têm questionado o empenho da gestão Temer de continuar a luta contra a corrupção no Brasil — tem colocado Dilma como "uma das únicas políticas brasileiras de peso que não está envolvida em corrupção". Na entrevista ao NYT, a presidente confessou que a divulgação de fatos recentes que comprometem a credibilidade da atual equipe de governo podem fazer com que os senadores que votaram pelo seu afastamento mudem de ideia e barrem o impeachment.

"Nunca pensei em ver um governo tão conservador como este. Eles sempre quiseram que eu renunciasse, mas eu não vou. Eu realmente pertubo os parasitas e vou continuar a pertubá-los", disse a presidente afastada, rebatendo as críticas dos que a culpam pela atual crise econômica vivida pelo país.

"A economia estaria em vias de recuperação, se o Congresso não tivese travado as medidas que poderiam restaurar a confiança", disse Dilma.

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The New York Times afirma que EUA continuam espionando Dilma Rousseff

Entre essas medidas está a aprovação, pela Câmara, na quarta-feira, 8, da Desvinculação de Receitas da União (DRU), que sua equipe econômica tentou em vão aprovar desde o início deste ano. A proposta defendida pelo Ministério da Fazenda de então era que a União poderia direcionar, sem aprovação do Congresso, até 20% do recolhimento de impostos e contribuições federais nas áreas que julgasse mais necessárias, reforçando assim o Caixa do governo sem a necessidade de aumento de impostos. A proposta aprovada pela Câmara, e que ainda deverá ser referendada no Senado, eleva esse percentual agora para 30%.

Ainda na entrevista ao "The New York Times", Dilma voltou a a afirmar que seu afastamento é fruto não de um processo de impeachment, mas de um golpe de estado, fruto de um movimentação que quebrou um pacto acordado pela classe política desde o retorno à democracia em 1985, após longos anos de regime militar. A presidente afastada voltou a atacar Temer e seu ministério, formado, segundo ela, por homens "brancos e sem mulheres, nem negros" para as pastas. 

Durante a conversa com o "The New York Times", quando o fornecimento de energia caiu três vezes seguidas no palácio, Dilma rebateu ainda as acusações de que sabia do esquema de corrupção na Petrobras e que teria negociado, junto a uma empreiteira, a doação de US$ 3,5 milhões para a campanha presidencial que levou a sua reeleição em 2014. 

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