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Após denúncias de recebimento de propina, Ministro interino do Turismo pode deixar cargo

REPORTAGEM MINISTROS INVESTIGADOS 2 DE 06 06 16
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O Ministro interino da Casa Civil, Eliseu Padilha disse em entrevista nesta segunda-feira (6) para a rádio Gaúcha, que é constrangedor para o governo de Temer as denúncias divulgadas pela imprensa de que o Ministro interino do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) recebeu propina do esquema de corrupção da Petrobrás.

O presidente em exercício, Michel Temer analisa a permanência de Alves no cargo, após as denúncias veiculadas nesta segunda-feira (6) pelo Jornal Folha de São Paulo, onde segundo reportagem, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, solicitou em abril ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar Henrique Eduardo Alves, pois conforme o pedido, o Ministro interino do Turismo teria se beneficiado de recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a construtora OAS. 

Durante entrevista à Rádio Gáucha, Eliseu Padilha, disse que os ministros ao tomarem posse se comprometeram com o Presidente interino Michel Temer a deixar os cargos, caso surgissem denúncias e agora essas notícias causam constrangimento.  

“A regra foi baixada por ele (Temer). Lá, antes de nós tomarmos posse ele reuniu todo mundo e perguntou se tinha alguém que tinha, que seria bom não se submeter ao que poderia ser as consequências. E todo mundo disse que não, tudo bem e tal. Ele disse lá, e disse depois, no dia da primeira reunião de ministros: se por acaso aquilo que foi perguntado for e respondido como não haveria nenhum problema aparecer, ele esperava que os ministros saíssem para evitar dele demitir. Porque ele iria demitir. Ora, qualquer citação que possa ser negativa, eu não sou ingênuo. Nem nossos ouvintes, nem ninguém, é claro que constrange, né.”

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Parte do dinheiro recebido por Henrique Eduardo Alves teria sido usado em sua campanha ao governo do Rio Grande do Norte, em 2014. A negociação também envolve participação do deputado afastado Eduardo Cunha, e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, e o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot também solicitou no pedido no mesmo processo investigação sobre os dois. O pedido de abertura de inquérito corre em segredo de Justiça.

Eliseu Padilha também comentou na rádio, sobre a situação da ex-deputada do PMDB do Amapá, Fátima Pelaes, que foi nomeada secretária nacional de Política para Mulheres, mas ainda não tomou posse. Fátima também é acusada de apresentar uma emenda que destinava R$ 4 milhões do Ministério do Turismo para uma Organização Não Governamental, onde trabalhava uma sobrinha dela.

Padilha alegou que Fátima Pelaes ainda não tomou posse porque o governo interino ainda estaria analisando a situação dela.

"A posse ainda não foi dada exatamente porque nós não concluímos ainda a pesquisa. Não havia sido concluída a pesquisa que, tanto quanto eu que sei deve ficar concluída hoje (6) pela manha. Então, enquanto não se tem esta notícia, não se dá posse. Se surgir: não..tá… foi… Tem uma condenação criminal, ainda de primeiro grau, não toma posse. Por óbvio, não entra no governo.”

O Palácio do Planalto ainda não comentou a reportagem sobre o Ministro interino do Turismo e nem a entrevista dada por Eliseu Padilha. Segundo a Agência Brasil, através de nota, a assessoria de Henrique Eduardo Alves alega que “todas as doações recebidas pela campanha foram feitas de acordo com a lei, registradas nos tribunais eleitorais e de forma transparente”. A construtora OAS disse que não vai se manifestar sobre o caso.

Já  Eduardo Cunha, deputado afastado pelo STF e réu na Lava Jato, disse que sua resposta já foi dada ao jornal. Cunha disse desconhecer o pedido de investigação de Janot, e afirmou que não praticou “qualquer favorecimento nem à OAS e nem a ninguém. Tampouco recebi qualquer vantagem.”

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