Genocídio armênio: resolução alemã é forma de dizer 'basta' a Ancara

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Nesta quinta-feira o Bundestag (parlamento alemão) deve votar uma resolução que reconhece e condena o genocídio armênio a nível legislativo. Ancara está furiosa, principalmente porque não pode fazer nada quanto a isso.

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A recente iniciativa alemã, que prevê o reconhecimento do genocídio armênio a nível legislativo, provocou a cólera por parte da Turquia. Assim, o presidente da Turquia Erdogan criticou fortemente a decisão de Berlim. O primeiro-ministro da Turquia Binali Yildirim seguiu o seu exemplo, chamando a votação de  “absurda”.

“Acreditamos que esta votação é absurda e não tem motivos. Estes eventos aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial… Declaramos abertamente e claramente que não temos nada a esconder relativamente a isso. Achamos que é necessário realizar um estudo exaustivo sobre esta questão para estabelecer os erros de ambas as partes. Mas isso deve ser feito pelos historiadores. Não é correto transformar um evento histórico em assunto político”, disse Yildirim aos jornalistas na quarta-feira (01).

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Ele também expressou a esperança de que o Bundestag  tomará em consideração as opiniões dos 3.5 milhões de turcos que têm cidadania alemã.

Numa entrevista à Sputnik, o analista político do Observatório Nacional da Arménia Laurent Leylekian disse que esta resolução é uma forma de a Alemanha dizer “basta” à Turquia, visto que esta última usa a questão dos refugiados como uma forma de fazer pressão sobre a União Europeia.

De acordo com ele, a Turquia é um país com bastante poder, mas a sua influência não é bastante para parar a iniciativa de Berlim, e é por isso que ela (a Turquia) está furiosa.

“A Alemanha e a Europa em geral dependem muito da Turquia por causa dos refugiados mas a Turquia tem posições fortes na Europa. A Turquia é um país poderoso, mas a sua influência limita-se à sua região geográfica. Isto é um jogo baseado em chantagem mútua. Acho que a Turquia não tem possibilidade de se posicionar contra a Alemanha” concluiu ele. 

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O genocídio arménio foi perpetrado em 1879-1922 nos territórios do Império Otomano da Armênia Ocidental (atualmente o leste de Anatólia), que era principalmente habitada naquela época por armênios (65-75% da população). Cerca de 1,5 milhões de arménios caíram vítimas desta tragédia. 

O genocídio foi reconhecido pelo Parlamento europeu, Conselho Mundial de Igrejas e muitos historiadores de vários países, incluindo a Rússia. A Turquia, por seu lado, argumenta que se tratou de uma guerra civil provocada pela fome, durante a qual morreram  de 300 a 500 mil armênios bem como um número significativo de turcos.

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