Paquistão: homens poderão ‘bater nas mulheres ligeiramente'

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O Conselho de Ideologia Islâmica do Paquistão propôs uma lei de acordo com a qual o marido terá o direito de “bater ligeiramente” na sua mulher para a disciplinar, comunica jornal paquistanês Express Tribune.

“Um marido deve poder bater suavemente na sua mulher caso ela desafie as suas ordens ou se recuse a vestir-se como ele deseja; caso recuse as relações sexuais sem ter uma desculpa religiosa, caso não tome banho após o ato sexual ou se estiver menstruada”, diz o documento de 163 páginas publicado pelo Conselho. 

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Além disso, o documento defende a proibição das mulheres aparecerem na televisão ou de enfermeiras mulheres tratarem pacientes homens. Não cobrir o rosto, interagir com estranhos, falar alto e dar dinheiro a alguém sem autorização do marido são todos comportamentos censuráveis. Fugir de uma relação de violência e procurar abrigo é considerado, segundo o documento, uma decisão não islâmica.

No entanto, Muhammad Kahn Sherani disse que “bater ligeiramente deve ser o último recurso”. 

Estas recomendações aparecem depois de a província do Punjab ter aprovado o Ato de Proteção das Mulheres Contra a Violência Doméstica, que estabelece um programa de proteção para as vítimas de violência de género e reitera a igualdade de mulheres e homens perante a lei. 

No dia 17 de março, quando o Ato de Proteção das Mulheres Contra a Violência Doméstica foi aprovado na região do Punjab, milhares de pessoas saíram à rua protestando sob o lema “Não à libertação das mulheres, como na cultura ocidental”. Centenas eram mulheres.

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A violência doméstica atinge cerca de 70% das mulheres no Paquistão, um país que reconhece o direito de voto às mulheres desde 1947 e que, em 1988, elegeu Benazir Bhutto como primeira-ministra, tornando-se o primeiro país de maioria islâmica a ter uma mulher como líder. 

O filho da falecida primeira-ministra, Bilawal Bhutto Zardari, disse à revista Newsweek do Paquistão que quem merece “pancadas ligeiras” são os membros do conselho.

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