Opinião: Rússia pode substituir EUA na cena mundial em caso da vitória de Trump

© flickr.com / Gage SkidmoreDonald Trump
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Os EUA podem perder a sua influência no mundo caso Trump ganhe as eleições presidenciais, afirma Gideon Rachman, analista do jornal Financial Times.

Se os EUA abandonarem o papel de “policial global” (que está nos planos do candidato à presidência Donald Trump), o lugar disponível será ocupado pela Rússia e China, escreve Gideon Rachman.

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Trump gosta de dizer que ele vai “recuperar a grandeza passada dos EUA”. Aliás, esta frase serve como o leitmotiv da sua campanha eleitoral mas a verdade é que a sua visão da política externa dos EUA mostra que o político gostaria que os EUA abandonassem o papel dominante na política global.

Segundo o analista, o sistema global de segurança se baseia na ligação entre as alianças formadas pelos EUA e é apoiado pelas ”linhas vermelhas” – limites políticos, diplomáticos, econômicos e ideológicos instalados pelos norte-americanos, cuja violação é classificada como o desafio para todo o mundo.

Rachman acredita que o protecionismo comercial prometido por Trump possa levar à recessão nas economias mundiais e enfraquecer o sistema de comércio global. Se referindo à política externa, o analista propõe avaliar as intenções de Trump em relação às três regiões-chave para os EUA: Ásia, Europa e Oriente Médio.

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Trump planeja mudar radicalmente as prioridades da atual política dos EUA em relação à China, política esta que, por um lado, permite a transparência na cooperação econômica mas, de outro lado, visa conter a influência crescente do Pequim através do sistema de alianças regionais. Ele quer introduzir nos EUA tarifas flutuantes para os artigos da China. Ele também mostra ceticismo no que toca à aliança com os dois países mais importantes para os EUA na Ásia: o Japão e a Coreia do Sul.

“Parece que as prioridades de Trump podem ser classificadas como ideias razoáveis pelos muitos cidadãos norte-americanos que acreditam que a defesa dos empregos para os americanos perante o perigo por parte da China ganha maior importância do que a defesa do Japão e da Coreia do Sul de uma possível agressão. Na verdade, a revolução diplomática na Ásia prometida por Trump está cheia de consequências perigosas, que serão sentidas nos EUA também” acredita o analista.

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Na falta de garantias de defesa dos aliados por parte dos EUA, a China se tornará mais agressiva e a tensão no mar do Sul da China (que agora lembra um “combate de sombras” entre Washington, Pequim e Tóquio) pode se transformar em um conflito mais sério, acrescenta Rachman.

A política dos EUA em relação à Europa se baseia nas garantias de segurança que Washington assumiu após a Segunda Guerra Mundial. Os seus instrumentos são os institutos clássicos europeus: a União Europeia e a OTAN. Donald Trump planeja destruir estes pilares, ele não apoia a integridade da UE e afirma que a saída da Grã-Bretanha é uma boa ideia e que as obrigações dos EUA perante a OTAN influenciam negativamente os interesses dos americanos. Se adicionarmos aqui a simpatia de Trump pelo presidente da Rússia Vladimir Putin, obteremos a fórmula do conceito revolucionário da política dos EUA de Trump em relação à Europa, acrescenta Rahman.

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No que se refere ao Oriente Médio, a ideia do político norte-americano de proibir a entrada dos muçulmanos nos EUA poderá levar ao enfraquecimento da influência dos EUA na região.

Se ganhar as eleições, Donald Trump realizará um ataque destruidor à aliança ocidental e à imagem pública dos EUA na Europa, admita o analista.

Trump quer que os EUA se tornem mais imprevisíveis, afirmando que a imprevisibilidade funciona no setor dos negócios. No entanto, mas na politica global ele pode se tornar numa catástrofe  para os EUA. A surpresa, refletida na forma de renúncia às obrigações internacionais criará um vazio na arena internacional, que será ocupado pelas outras principais potências – a Rússia e a China.

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