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Juventude do PT promete ampliar mobilização popular contra o impeachment

ENTREVISTA COM ERIK BOUZAN 2 DE 10 05 16
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Após uma terça-feira marcada por protestos em 19 Estados e no Distrito Federal contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, entidades de classe, sindicatos e centrais sindicais discutiam os próximos passos do movimento destinado a pressionar os senadores na votação prevista em plenário para esta quarta-feira, 11.

Desde a manhã, manifestantes fecharam rodovias e avenidas, além de terem paralisado diversos meios de transporte durante o protesto. Uma das entidades que está se mobilizando para levar o protesto contra o impeachment, mesmo se ele for aprovado pelo Senado, é a Juventude do PT, que mobilizou centenas de filiados nos protestos ocorridos na segunda-feira no centro de São Paulo. O secretário estadual da Juventude do PT, Erik Bouzan, disse, em entrevista exclusiva à Sputnik, que as atuais manifestações vão crescer bastante caso continue o processo de impeachment no Senado. Segundo ele, a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que na segunda-feira anulou as decisões tomadas pela Câmara nos dias 15, 16 e 17 de abril, que resultaram na aprovação do pedido de impeachment pela Câmara, e a anunciada nesta terça-feira, anulando a própria decisão, mostra o caráter golpista do impeachment.

"Mesmo sofrendo pressão da oposição e revogando a decisão, o ato em si foi importante. Os próximos passos agora, e creio que essa ação deu mais gás para isso, é retomar o processo das grandes mobilizações de rua. A gente do PT cumpre o papel importante da denúncia. A avaliação é que nesse momento a retomada das grandes mobilizações é fundamental para avançar mais na denúncia contra o golpe, na luta contra o processo de impeachment que, ao que tudo indica, vai ter um desfecho nesta semana. Em Brasília vai haver manifestação, é importante estarmos lá para dar um apoio simbólico à presidente Dilma, como também é importante para capilarizar a luta nas cidades e nos estados."

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Movimentos sociais realizam protestos contra impeachment em diversas cidades do país

Embora o tema fosse pouco discutido publicamente até há algumas semanas, agora o PT e a base aliada do governo já admitem a possibilidade de um Plano B com a aprovação do impeachment e a necessidade de uma estratégia de oposição durante um governo presidido por Michel Temer.

"Tem muito debate sobre isso (o Plano B). A gente sempre conta com o senso democrático dos parlamentares, mas é muito provável que passe o processo de impeachment no Senado. Na nossa interpretação, com o avanço do processo golpista, algumas ações são importantes. Uma é evidenciar o caráter ilegítimo desse governo Temer, evidenciar qual o caráter classista, de retomada do projeto neoliberal no país, e isso se traduz em ações contra pautas específicas dessa ação neoliberal que é simbolizada por esse provável governo. A oposição em cima disso é fundamental para evidenciar à população seu caráter de classe, de representante de fato de uma burguesia que já não suporta mais o avanço do processo democrático popular."

Bouzan acredita que, quanto mais avança o processo de impeachment, mais o sentimento de radicalidade desse cenário vai se acirrar, com a possibilidade concreta de surgir processos mais radicais e ações de maior repulsa contra o impeachment.

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