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O afastamento de Dilma teria impacto nos acordos comerciais internacionais?

ENTREVISTA COM CELSO TOLEDO
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O cenário de um eventual afastamento da Presidenta Dilma Rousseff, com a aprovação do pedido de impeachment no Senado e a posse de Michel Temer no cargo, vai alterar de forma significativa as parcerias econômicas e os acordos comerciais firmados pelo Brasil nos últimos anos? Um analista responde.

Segundo diversos analistas econômicos, com uma eventual mudança na equipe econômica, o pragmatismo deve ser a palavra-chave da nova administração.

O sócio da E2 Economia.Estratégia, Celso Toledo, diz que, no exterior, quem olhar com um pouco mais de cuidado verá que todo o processo de impeachment, apesar de turbulento e de gerar incertezas, tem se dado de acordo com o que está na regra. 

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“Ocorrendo o impeachment, que parece bem provável hoje, tomando por base o documento ‘Ponte para o Futuro’, divulgado pelo PMDB, é de se esperar que a postura do Brasil em relação aos acordos comerciais tende a dar um passo em direção ao pragmatismo. Perde um pouco o caráter político que veio adquirindo nesses últimos anos e passa a ser mais uma questão econômica”, diz o consultor.

Na opinião de Toledo, o mercado financeiro tende a ter esperança de que a política econômica melhore com o afastamento da presidente, mas vai ficar com um pé atrás na questão da estabilidade política do país. 

“Creio que não haverá qualquer alteração em relação a acordos diretos firmados entre o Brasil e outros países, seja no âmbito da União Europeia, seja no dos BRICS. Pelo contrário. Rússia e China, por exemplo, são dois players fundamentais no cenário internacional. Agora, aquela coisa de usar o Mercosul para fazer política, fazer uma aliança com a conotação de ser uma contraposição à dominância dos Estados Unidos, não deve continuar. A relação deve ser mais pragmática.”

O sócio da E2 admite, no entanto, que a imagem do Brasil hoje no exterior, do ponto de vista econômico, não é boa. Isso porque o país está em recessão, teve suas notas de crédito rebaixadas pelas agências de avaliação de risco, como Fitch, Standard&Poor’s e Moody’s, e tem mostrado muita instabilidade política.

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“Não dá para se ver com bons olhos a dinâmica de um país com essas características, sobretudo se você está fora do país olhando só as manchetes, que, inevitavelmente, têm conotação negativa. Os observadores externos que tiverem tempo de olhar, porém, vão ver que o Brasil está num momento de crise, mas que as instituições estão funcionando para tentar superá-la.”

Segundo o consultor, ocorrendo o impeachment também no Senado, a postura do Brasil em relação aos acordos comerciais tende a dar um passo em direção ao pragmatismo.

“Na eventualidade de Temer assumir o Governo e tiver condições políticas de fazer avançar sua agenda – o que também é uma grande questão –, o movimento passa a ser mais pragmático. Por definição, como houve maioria absoluta  na Câmara na aprovação do impeachment, num primeiro momento, em tese, ele tem apoio para as mudanças.”

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