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Domingo, na Câmara, o Fla x Flu do impeachment

ENTREVISTA COM JORGE SOLLA E RUBENS BUENO
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No domingo (17), o Plenário da Câmara dos Deputados estará reunido para votar o pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, formulado pelos juristas Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaína Paschoal. Um deputado petista e outro do PPS falam de suas expectativas à Sputnik Brasil.

O pedido foi aprovado pela Comissão Especial do Impeachment, na sessão da segunda-feira, 10, por 38 votos contra 27. A partir da divulgação do resultado, teve início uma intensa movimentação tanto por parte da situação quanto da oposição, para que as suas teses sejam vitoriosas no domingo.

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O Palácio do Planalto, o Partido dos Trabalhadores e toda a base aliada entendem que a presidente não cometeu crime algum de responsabilidade, e sustentarão que, por este motivo, o pedido de impeachment não se justifica. Já os autores do pedido e os parlamentares oposicionistas entendem que a conduta de Dilma Rousseff atentou contra a Lei Orçamentária ao permitir que bancos públicos financiassem o Tesouro Nacional, que estava a descoberto, para o pagamento de benefícios sociais.

Sputnik Brasil ouviu representantes das duas correntes.

O Deputado Federal Jorge Solla (PT-BA), defendendo a presidente da República, afirmou que “Dilma Rousseff é absolutamente honesta e a sua conduta não se enquadra em qualquer tipo de crime, uma vez que ela adotou práticas comuns a outros governos”.

Já o Deputado Rubens Bueno (PPS-PR), oposicionista e líder do seu partido na Câmara dos Deputados, está convencido de que “Dilma Rousseff incidiu em crime de responsabilidade ao utilizar um expediente não permitido pela legislação”.

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Para Jorge Solla, “a expectativa é de que não haverá número de votos suficientes para aprovar o golpe, apesar da forma escandalosa que está acontecendo aqui na tentativa de comprar votos. São quatro moedas que estão na mesa. Estão negociando cargos de forma escandalosa, Temer, Eduardo Cunha, já oferecendo ministérios e secretarias, oferecendo verbas, ameaçando parlamentares e, inclusive, oferecendo blindagem contra investigação, contra processos, pois, como se sabe, existem muitos parlamentares que têm processos judiciais. Dizem até que há dinheiro vivo circulando, como na época da venda de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, que foi aprovada com pagamento em dinheiro vivo a um número imenso de parlamentares. Mas, apesar de tudo isso, a população brasileira está nas ruas, não aceita o golpe, e nós vamos ter, com certeza, votos suficientes para derrubar o golpe na Câmara”.

“O que eles estão querendo fazer no próximo domingo é, na verdade, uma eleição indireta. Eles querem destituir por golpe a Presidenta Dilma e querem eleger Michel Temer e Eduardo Cunha presidente e vice-presidente, fazendo uma eleição indireta travestida de impeachment. É o terceiro turno. Mas tenha certeza de que nós ganhamos no primeiro turno, no segundo e vamos derrotar o golpe no terceiro turno" – afirma o Deputado Jorge Solla.

Por outro lado, o Deputado Rubens Bueno, do PPS, sustenta que a oposição irá além do mínimo necessário de 342 votos e, em razão disso, o pedido de impeachment será encaminhado ao Senado Federal para que, naquela Casa, ocorra a definição em torno do processo de impedimento contra a presidente da República.

“Por tudo o que está acontecendo desde 2014, já não é de hoje, o país caminha a passos largos, do ponto de vista econômico, numa situação em que o caos vem sendo acelerado ao longo do processo”, garante o representante do Paraná na Câmara dos Deputados.

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Segundo ele, em 2015, houve além das fraudes fiscais, que, como estabelecido em lei, constituem crime de responsabilidade consagrado na Constituição da República, todos os outros acontecimentos que envolvem o Governo Dilma e o PT, e desde o Governo Lula isso vem acontecendo. Nas suas palavras, chega a um ponto que não há mais como imaginar que alguém que se candidata a presidente da República minta reiteradamente e provoque o maior estelionato eleitoral da história do país, mesmo cometendo crimes e crimes em abundância, possa permanecer presidindo o país.

"Daí a indignação do povo brasileiro, consagrada nas diferentes pesquisas de opinião, a indicar que não dá mais para suportar isso. Os indicativos da economia são os piores em qualquer setor – dívida pública, inflação, endividamento do Governo, gasto maior que a arrecadação, déficit fiscal – tudo isso leva o país a se desorganizar economicamente e levar, depois disso tudo, muitos anos para recuperar minimamente essa reorganização para que a economia possa funcionar” – acredita Rubens Bueno.

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