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Especialista: Antecipação da eleição presidencial para 2016 não tem fundamento algum

ENTREVISTA COM ANTONIO MARCELO JACKSON 2 DE 05-04-16
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O Senador Valdir Raupp (PMDB-RO) propôs na segunda-feira, 4, a antecipação da eleição presidencial de 2018 para o mesmo período em que ocorrerão as eleições municipais de 2016, no mês de outubro. O especialista Antônio Marcelo Jackson comenta a proposta para a Sputnik Brasil.

Em discurso na tribuna do Senado, Valdir Raupp disse que a sua proposta leva em conta o fato de que a Presidenta Dilma Rousseff e o Vice-Presidente Michel Temer não admitem renunciar aos seus cargos. Além disso, sustenta o senador, a vida política no Brasil está muito tensa e agitada, de modo que só mesmo uma eleição presidencial antecipada poderia acalmar os ânimos das ruas.

Na visão de Valdir Raupp, a Proposta de Emenda Constitucional que anteciparia o pleito presidencial, fazendo-o coincidir com o municipal, poderia ser votada em tempo recorde, o que possibilitaria à Justiça Eleitoral organizar a eleição de outubro de forma ampliada.

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O cientista político Antônio Marcelo Jackson, da Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais, discorda de Raupp. Na opinião de Jackson, a proposta não deverá ser concretizada porque não há tempo hábil para incluir uma eleição presidencial no calendário eleitoral deste ano, além de outras questões que devem ser levadas em consideração.

“Se observarmos essa proposta, ela se assemelha muito àquele sonho de consumo de vários políticos brasileiros, que é termos um regime parlamentarista”, observa o especialista. “Só que o senador por Rondônia esquece que toda a crise que vem se desenvolvendo já há algum tempo se dá fundamentalmente por uma relação entre a Presidência da República e um Congresso que é completamente multifacetado. Dizer que teremos uma nova eleição agora? Primeiro, eu não vejo sentido nenhum; segundo, que o senador esquece os custos de uma eleição, como se fosse a coisa mais simples do mundo se parar um país ao longo de dois meses para pensar nisso; e, terceiro, ótimo, então elegemos alguém com um Congresso com mais de 30 partidos? Não há sentido nisso.”

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Além dessas considerações, o Professor Antônio Marcelo Jackson lembra ainda não ter percebido na fala do Senador Valdir Raupp, “em momento algum, ele entender eleições gerais como sendo eleições da Presidência da República e da Câmara dos Deputados e do Senado”. O cientista político diz que o senador “chama de eleições gerais a eleição para a Presidência”. E acrescenta: “Essa proposta do senador não tem fundamento nenhum.”

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