Ações militares dos EUA ficam fora dos manuais de história

© Foto / US Army / Staff Sgt. Shane HamannSoldado das tropas norte-americanas na província de Candaar, Afeganistão
Soldado das tropas norte-americanas na província de Candaar, Afeganistão - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos são famosos por travar guerras em todo o mundo. Os gastos militares do país são enormes: 598 milhões de dólares, equivalente a 54% das despesas discricionárias do ano financeiro de 2015 do país.

A respetiva informação foi destacada num artigo publicado no jornal britânico Aeon Magazine.

O autor, Robert Neer, destacou que os EUA possuem 800 bases, localizadas em 80 países do mundo e que as despesas militares do país são superiores aos gastos militares conjuntos dos nove países abaixo dos EUA nesta área.

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Mesmo assim, os professores da história das universidades mais ricas e famosas dos EUA ignoram a realidade do país. Tais universidades da Liga de Hera (Ivy League em inglês) como a Universidade de Stanford, Universidade de Chicago e o Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT na sigla em inglês) no ano corrente oferecem cursos sobre centenas de temas muito interessantes da Nova Inglaterra puritana, mas só seis estão diretamente relacionados com as forças militares dos Estados Unidos.

O autor chama a atenção ao problema da omissão do tema militar nas universidades americanas. Foi só desde 2011 que a Universidade de Columbia passou a ter, no doutoramento em história, o curso “O império da Liberdade: História Mundial das Forças Armadas dos EUA”, ministrado por ele. O curso é uma revisão dos acontecimentos e ideias desde os tempos da Guerra do rei Philip, em 1675, até à operação Liberdade Duradoura no Afeganistão, iniciada em 2001.

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Na altura Robert Neer descobriu que o seu curso era o primeiro lecionado sobre o tema em muitos anos na Universidade de Columbia, que também faz parte da Liga de Hera.

Entre as razões para tal surpreendente omissão, o autor indica os protestos pacifistas nos tempos de Guerra de Vietnã e a lealdade à operação militar por parte dos historiadores militares dos EUA.

George Patton, oficial superior do Exército americano, disse aos soldados ainda em 1944:

“Os americanos gostam de vencedores e não aguentam perdedores”.

Parece que as cátedras de história das universidades americanas partilham desta opinião. Se os EUA tivessem vencido muitas guerras, talvez a história militar do país fosse ensinada. Assim, não muita razão de o fazer.

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