7ª corda no violão é tão comum na Rússia como no Brasil

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"Uma corda a mais só te abre mil possibilidades" - diz o violonista gaúcho Yamandu Costa.

A frase foi dita por Yamandu em Moscou, numa tarde de verão (que corresponde ao inverno brasileiro) de 2014, durante uma viagem cujo intuito era de procurar variações russas do violão de sete cordas.

A declaração foi feita pelo violonista para o documentário do Canal Brasil "Sete Vidas em 7 Cordas", que recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no festival Telas, em 2015. A série já foi ao ar várias vezes no Brasil, e agora é levada ao público russo pela embaixada brasileira em Moscou.

A estreia do documentário na Rússia, na quinta-feira (17), fez parte de uma ampla iniciativa, promovida em especial pelo setor cultural da embaixada, encabeçado pelo conselheiro Igor Germano. O projeto já levou à capital russa diversas obras da música erudita brasileira, como foi o caso do compositor paranaense Harry Crowl.

Esse novo projeto, no entanto, apresenta um tipo de música mais próxima ao público russo. O violão de sete cordas é algo até intrinsicamente russo. Tem uma história de vários séculos, com seus altibaixos, chegando em alguns momentos a ser considerado "instrumento de música cigana".

O instrumento apareceu na Rússia no século XVIII, importado da Europa Central.

A tradição de sete cordas do Brasil é um pouco diferente, porém interligada. A afinação pode ser diferente, bem como os tons produzidos. O estilo russo é mais grave, usa mais tons em menor, afirmam os violonistas russos. Existe a lenda de que o violão de sete cordas chegou ao Brasil com os imigrantes do início do século XX.

Na opinião dos músicos convidados pela embaixada — entrevistados de Yamandu no documentário, e que vieram à Moscou para uma apresentação conjunta — o momento atual é bastante positivo para o violão de sete cordas.

Apenas Anastassia Bardina, que no filme troca violões com Yamandu na sua cozinha, não tocou, apesar de estar presente; Vladimir Adzhikulov, Vladimir Sumin, Vladimir Markushevich, Aleksei Stepanov e outros tocaram várias obras clássicas e contemporâneas.

O violão é um instrumento universal. Antes do final do concerto de quinta, um dos músicos presentes apresentou sua adaptação de um prelúdio de Bach, o que prova que até isso não é impossível.

Programa musical

A embaixada do Brasil em Moscou prepara mais concertos para este ano. A iniciativa visa levar a música brasileira à Rússia, onde tem sido praticamente desconhecida, se não levarmos em conta o samba e as marchinhas de Carnaval. Entre os compositores brasileiros, um dos mais conhecidos na Rússia, como no resto do mundo, é Heitor Villa-Lobos.

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