Professor francês é interrogado por dar aula sobre Putin

© AFP 2023 / STEPHANE DE SAKUTIN / POOLPresidente da Rússia Vladimir Putin durante a conferência de imprensa em conjunto com o presidente francês François Hollande em Kremlin, Moscou, 26 de novembro de 2015
Presidente da Rússia Vladimir Putin durante a conferência de imprensa em conjunto com o presidente francês François Hollande em Kremlin, Moscou, 26 de novembro de 2015 - Sputnik Brasil
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Na cidade francesa de Sainte-Anne-d’Auray a polícia interrogou estudantes sobre aulas de história durante as quais o seu professor, Pascal Geneste, falou sobre a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin.

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Segundo o professor, Putin realiza uma política destinada a criar uma classe média, partindo do patriotismo. O professor também contou sobre a cooperação entre a Rússia e a Síria.

“Na aula de introdução de geopolítica, e isso é incluído no plano de curso escolar de História, eu queria mostrar a Rússia, mostrar como ela é. Falei sobre o colapso de comunismo e o momento em que Vladimir Putin chegou ao poder. Ao mesmo tempo, falei sobre a política de Putin no contexto da sua luta contra o islamismo e o Daesh, em particular. Mostrei que Putin foi pioneiro, foi um dos que lançaram a iniciativa de criar uma ampla coalizão contra o Estado Islâmico”, afirmou Geneste.

A aula teve lugar pouco depois dos atentados em Paris de 13 de novembro de 2015 e o professor sublinhou que queria avisar os seus alunos sobre o perigo de radicalização do Islã.

“Também queria mostrar que a nossa aliança com a Rússia não foi inventada ontem, senão até precedeu o período de comunismo. Queria mostrar que esta aliança é o futuro, que isso é uma aliança racional e transparente”, disse Geneste.

Depois desta aula, os pais de uma das alunas submeteram uma denúncia à polícia na qual acusam o professor de declarações islamofóbicas. A procuradoria lançou uma investigação preliminar contra Geneste.

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Na opinião do professor de história, os pais da aluna estão sob a influência da propaganda divulgada pela televisão francesa que há muito tempo não está livre. Já algumas pessoas do sistema de educação foram punidas na França pela tentativa de mostrar aos estudantes que o perigo real é uma islamização da França.

“Perguntaram-me se sou nacionalista francês. Se amar o seu país, amar a França, amar a Bretanha, se amar a Europa do Atlântico até os Urais significa que sou nacionalista, sim, digo que sou nacionalista. Esta palavra significa ‘amar os franceses e só depois os restantes’ e não significa ‘odiar os restantes’. Quanto a mim, eu quero proteger os franceses”, disse Geneste, que foi interrogado ao voltar das férias de fevereiro.

O professor não recebeu nenhuma pena. A polícia cancelou o processo judicial. Entretanto, Pascal Geneste prometeu que continuará dando aulas de uma forma que motive os seus estudantes a querer saber mais sobre a história do seu país e descobrir algo novo na história de outros povos europeus.

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