“Na aula de introdução de geopolítica, e isso é incluído no plano de curso escolar de História, eu queria mostrar a Rússia, mostrar como ela é. Falei sobre o colapso de comunismo e o momento em que Vladimir Putin chegou ao poder. Ao mesmo tempo, falei sobre a política de Putin no contexto da sua luta contra o islamismo e o Daesh, em particular. Mostrei que Putin foi pioneiro, foi um dos que lançaram a iniciativa de criar uma ampla coalizão contra o Estado Islâmico”, afirmou Geneste.
A aula teve lugar pouco depois dos atentados em Paris de 13 de novembro de 2015 e o professor sublinhou que queria avisar os seus alunos sobre o perigo de radicalização do Islã.
“Também queria mostrar que a nossa aliança com a Rússia não foi inventada ontem, senão até precedeu o período de comunismo. Queria mostrar que esta aliança é o futuro, que isso é uma aliança racional e transparente”, disse Geneste.
Depois desta aula, os pais de uma das alunas submeteram uma denúncia à polícia na qual acusam o professor de declarações islamofóbicas. A procuradoria lançou uma investigação preliminar contra Geneste.
“Perguntaram-me se sou nacionalista francês. Se amar o seu país, amar a França, amar a Bretanha, se amar a Europa do Atlântico até os Urais significa que sou nacionalista, sim, digo que sou nacionalista. Esta palavra significa ‘amar os franceses e só depois os restantes’ e não significa ‘odiar os restantes’. Quanto a mim, eu quero proteger os franceses”, disse Geneste, que foi interrogado ao voltar das férias de fevereiro.
O professor não recebeu nenhuma pena. A polícia cancelou o processo judicial. Entretanto, Pascal Geneste prometeu que continuará dando aulas de uma forma que motive os seus estudantes a querer saber mais sobre a história do seu país e descobrir algo novo na história de outros povos europeus.