Snowden diz que não é só a Apple que pode vigiar seu iPhone

© AFP 2023 / Frederick FlorinEx-agente da NSA Edward Snowden
Ex-agente da NSA Edward Snowden - Sputnik Brasil
Nos siga no
Edward Snowden, o ex-agente dos serviços de inteligência dos EUA cujas revelações provocaram em 2013 um debate global sobre a vigilância em massa de cidadãos, desmentiu a alegação do FBI de que só a Apple pode desbloquear o iPhone 5C de um dos dois autores do atentado que matou 14 pessoas, em dezembro, no condado de San Bernardino, Califórnia.

Agentes do FBI investigam ataque em San Bernardino, na Califórnia - Sputnik Brasil
FBI classifica como ato terrorista o ataque em San Bernardino
O FBI diz que só a Apple pode desativar certas proteções dos códigos de acesso no iPhone, o que permitiria aos agentes tentar adivinhar a senha sem o risco de perda de dados. Em sua configuração normal, o sistema de segurança da Apple elimina os dados do telefone caso o usuário erre o código após várias tentativas.

Falando por meio de videoconferência para um debate sobre democracia a partir de Moscou, Snowden fez a seguinte observação, segundo reporta o jornal The Guardian nesta quarta-feira (9):

"O FBI diz que a Apple tem os 'meios técnicos exclusivos' para desbloquear o telefone. Respeitosamente, isso é lorota [bullshit, em inglês]."

Em seguida, o ex-agente asilado na Rússia passou a tuitar seu apoio a um relatório da ONG União Americana pelas Liberdades Civis segundo o qual as alegações do FBI sobre o caso são fraudulentas.

​Na última segunda-feira (7), durante o talk-show de Conan O’Brien, o cofundador da Apple Steve Wozniak também se manifestou contra a agência federal de inteligência e a favor da Apple.

"A Verizon [maior operadora de celulares dos EUA] entregou todos os registros das ligações telefônicas e das mensagens SMS. Eles [o FBI] querem tomar este outro telefone que os dois [atiradores de San Bernardino] não destruíram, que era um telefone de trabalho. É tão idiota e inútil esperar que haja algo nele e obrigar a Apple a expô-lo", pontuou Wozniak.

No caso, trata-se de um aparelho que estava sendo usado por Syed Farook, um dos atiradores de San Bernardino, mas que era de propriedade de seu empregador, a administração do condado. 

Twitter - Sputnik Brasil
Washington pede ajuda de gigantes da internet para combater o Daesh
O confronto da Apple com o FBI chega ao tribunal federal este mês para debater se a fabricante de smartphones deve ser forçada a enfraquecer as configurações de segurança no iPhone do atirador.

Segundo o diretor-executivo da companhia, Tim Cook, ajudar o FBI a hackear o celular fundaria um “precedente perigoso” no que diz respeito às liberdades civis. A Apple esclarece que o governo dos EUA quer que a empresa crie uma nova versão do sistema operacional do iPhone, sem várias características de segurança essenciais, para instalá-lo no aparelho do atirador.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала