‘Até agora sou comunista’: A história de um sírio modesto, mas extraordinário

© Sputnik / Tomas TkhaitsukSharaf Marshan
Sharaf Marshan - Sputnik Brasil
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Sharaf Marshan foi deputado de três assembleias do Parlamento sírio, ex-chefe do centro cultural circassiano no Damasco e o amigo da família de Bashar Assad. Atualmente Sharaf vive em Sukhum, Abkházia e trabalha no Comitê Estatal de Repatriação, quer dizer ajuda voltar à Pátria histórica as pessoas semelhantes a si mesmo.

Ao pedido de correspondente da Sputnik de falar um pouco sobre si Sharaf respondeu de forma muito simples: "Tenho 77 anos e é a minha história".

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Claramente ele faz-se de modesto, porque a sua biografia realmente surpreende, os seus colegas mesmo o chamam de "lendário". 

Ele nasceu em 1940 em Damasco em uma família de naturais de Abkházia. A sua infância passou nas Colinas de Golã. Entre 1944 e 1967 as Colinas de Golã, parte da província síria  de Quneitra, foram tomadas por Israel durante a assim chamada Guerra de seis dias. Até o momento ambos os países não conseguiram chegar ao compromisso nesta questão e a maior parte do território de fato fica sob a jurisdição de Israel.

"Os meus pais, bem como eu, nasceram na Síria. A minha família viveu perto das Colinas de Golã onde passaram a minha infância e juventude. A minha aldeia natal foi chamada de Mussi e foi habitada somente por abkhazes", conta Sharaf Mashan.

Após a formação da escola e serviço militar, ele mudou para a Turquia visando estudar num universidade médico. Durante este tempo ele ficou cativado por ideias comunistas e logo pela sua participação em manifestações ficou prendido.

"Até o momento sou comunista", sublinhou, mostrando a tatuagem em forma de estrela e a letra C na sua mão.

Ninguém outro de Hafez Assad, o pai do presidente sírio atual e o amigo próximo do irmão mais  velho de Sharaf, lhe ajudou de sair da prisão. A Síria trocou dois prisioneiros turcos por Sharaf Marshan.

"Hafez Assad estudou no colégio com o meu irmão mais velho Mamdukh, e depois se tornou o comandante-chefe das Forças Aéreas da Síria. Além disso, mais tarde eles ambos por um ano receberam a educação militar na União Soviética. <…> Em 1981 Mamdukh morreu, mas a amizade com a família de Assad não cessou nisso e as nossas famílias continuam apoiar uma a outra", relata Sharaf.

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Ao retornar à Síria da Turquia o entrevistado teve sucesso trabalhando como médico gastroenterologista. Mais tarde ele chefiou a Academia de médicos na Síria e tornou-se o chefe do Centro da cultura circassiana em Damasco.

Em 1998 Sharaf Marshan foi pela primeira vez eleito deputado do Parlamento sírio, e depois reeleito dois vezes para este cargo. Ele, como muitos dos seus colegas-deputados apoiou o governo de Bashar Assad:

"Primeiramente, Bashar Assad é um homem muito educado, que gosta do seu povo, seu país. O povo também o ama. Em juventude, quando ele se casou, ele passou pelo Damasco sem guardas, ninguém atacaria ele. Pode ser atualmente no seu cerco há pessoas que estão dispostas diferentemente. Mas ele, apesar tudo, faz o seu trabalho e aproveita do apoio do povo".

Na véspera do início das ações militares na Síria a família do entrevistado decidiu que a parte deles retornará à sua pátria histórica (Abkházia), e outra parte permanecerá na Síria.

Atualmente a Sharaf tem na Síria um irmão — Walid Marshan – o general exército do governo de Assad, que é responsável pela linha de frente que se estende ao longo das Colinas de Golã. Diariamente os irmãos ligam pelo telefone e compartilham de notícias, que ultimamente tornam cada vez melhor. Sharaf também consegui visitar a Síria e ficou lá por dois meses,  retornou em meados de fevereiro.

Após o início da operação da Força Aeroespacial da Rússia a situação na Síria melhorou muito, notou o entrevistado. Além disso, agora, na situação da trégua, apareceu a esperança que a guerra pode chegar ao fim, opinou Marshan.

"As tropas do governo cessaram o fogo. Mas certos grupos terroristas continuam combatendo", contou.

Segundo assegurou Sharaf Marshan, os combates na Síria continuam mesmo após a assinatura do acordo de cessar-fogo. Caso durante dois meses os grupos terroristas não serão vencidos, pode começar a guerra grande, sublinhou o entrevistado, com a participação da Turquia, Iraque e Irã, o que seria pouco vantajoso para tais potências mundiais como a Rússia e os EUA.

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