Repórteres sem Fronteiras: Erdogan ameaça liberdade de expressão e jornalistas

© AP Photo / Emrah GurelUm cartaz com uma imagem do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apresentado em Istambul, Turquia
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A ONG Repórteres sem Fronteiras considera que a política do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em relação a ameças à imprensa uma ameaça a jornalistas e à liberdade de expressão. A informação é do representante da organização na Turquia, Erol Onderoglu.

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Esta declaração foi no contexto do caso travado contra o editora-chefe do jornal oposicionista ‘Cumhuriyet’, Can Dündar, e o chefe da sucursal da publicação em Ancara, Erdem Gul, que foram presos em 26 de Novembro de 2015. O Ministério Público de Istambul acusou Dündar e Gul de espionagem e exigiu a prisão perpétua. O Tribunal Constitucional da Turquia decidiu que a detenção dos jornalistas foi uma violação dos seus direitos, em seguida, Dündar e Gul foram liberados, até à sua sentença judicial. Erdogan disse que ele não pode tomar essa decisão, e que o trabalho dos jornalistas não tinha nada a ver com a liberdade de expressão, se tratando de espionagem.

“Nossa organização saúda a decisão do Tribunal Constitucional da Turquia e considera uma grande contribuição em favor do Estado de direito. O Secretário-Geral da ‘Repórteres sem fronteiras’, Kristof De Loix, considera que que a posição de Erdogan ameaça a o trabalhar de jornalistas no país e a liberdade de expressão. Se houver uma ameaça à segurança de Can Dündar e Erdem Gul, a responsabilidade recairá sobre o Presidente", disse um porta-voz da ONG.

Anteriormente, Can Dündar, numa conferência de imprensa em Istambul, agradeceu a todos da comunidade internacional pela solidariedade durante os 62 dias de detenção, e acrescentou que este apoio deve ser alargado a outros jornalistas que estão em prisões turcas.

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“A decisão do Tribunal Consitucional sobre a nossa liberdade é uma derrota para Erdogan”, acrescentou o jornalista. 

O advogado do jornal Cumhuriyet, Bülent Utku, disse que a primeira audiência sobre o caso de Dündar e Gul será realizada em 25 de março em Istambul, onde ele será lido pela acusação. Ele ressaltou que a decisão do Tribunal Constitucional está aberta a todas as organizações e agências e deve ser executada. Segundo ele, não pode ser aplicado um recurso contra esta decisão.

O incidente que se tornou a razão para a detenção dos jornalistas aconteceu na província de Adana em janeiro de 2014, quando militares inspecionaram caminhões da Organização Nacional de Inteligência que iam em direção à fronteira turco-síria. De acordo com as autoridades turcas, os caminhões transportavam ajuda humanitária aos turcomanos sírios.

Cumhuriyet publicou em maio de 2015 fotos e vídeos registrados durante a revista dos caminhões. Foram encontradas caixas de granadas de artilharia, minas e outras munições. Logo após a publicação se dirigiu ao procurador, exigindo a instauração de um processo criminal contra o jornal e seu editor-chefe.

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