O regresso dos falcões: senador McCain elogia Marinha dos EUA por esta desafiar a China

© REUTERS / Marinha dos EUA/ Declan BarnesUSS Curtis Wilbur
USS Curtis Wilbur - Sputnik Brasil
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Apesar de Pequim pedir repetidamente a Washington a se abster do envio de navios militares às águas territoriais reivindicadas pela China, a marinha dos EUA, para grande exultação dos neoconservadores, conduziu neste sábado (30) mais uma operação de liberdade de navegação na área disputada no mar da China do Sul.

O destróier USS Curtis Wilbur, da Marinha dos EUA, no porto de Busan (Coreia do Sul) em 2010 - Sputnik Brasil
Navio dos EUA quase roça ilha reclamada pela China
Lembramos que ontem (30) o destróier USS Curtis Wilbur da Marinha dos EUA passou a 12 milhas marítimas da ilha de Triton, território reclamado pela China no arquipélago Paracel, no mar da China do Sul. O navio estadunidense não avisou de antemão a China, Taiwan e Vietnã, que reclamam as ilhas como seu território. O Ministério da Defesa da China chamou esta ação de “não profissional e irresponsável”, acrescentando que tais operações “violam severamente as leis chinesas” e minam a paz e estabilidade regionais. 

Um dos líderes neoconservadores dos EUA, que os seus opositores às vezes chamam de “falcão”, o senador John McCain, emitiu um comunicado no qual elogia a operação pelo fato de desafiar as “excessivas reivindicações marítimas” que alegadamente limitam os direitos e liberdades de outras nações segundo a lei internacional. Ele também manifestou esperança de que ações semelhantes “se tornem tão rotineiras que a China e outros reivindicantes irão aceitá-las como ocorrências normais”. 

Entretanto, McCain parece ignorar o fato de que a China não tem nada contra a passagem de mais de 100 mil navios pelo mar da China do Sul, zona de importantes comunicações marítimas. Pequim manifesta-se contra passagem de navios militares pelas suas águas territoriais sem aviso prévio. Além disso, a China declarou repetidamente que está pronta a resolver quaisquer disputas territoriais na área através de negociações bilaterais com os países da zona, mas não com potências do exterior.

© REUTERS / U.S. Navy/Handout via ReutersChina constrói ilhas artificiais no arquipélago Spratly
China constrói ilhas artificiais no arquipélago Spratly   - Sputnik Brasil
China constrói ilhas artificiais no arquipélago Spratly
 
US Navy guided-missile destroyer USS Lassen - Sputnik Brasil
EUA continuarão desafiando as reclamações territoriais da China?
Vale lembrar que o último incidente deste gênero aconteceu em Outubro, quando o destróier Lassen da Marinha dos EUA entrou na área das ilhas Spratly, que a China considera como suas, tendo passado a 12 milhas marítimas do território reivindicado pela China sem notificação prévia, o que provocou uma reação negativa de Pequim. O navio navegou sem realizar atividade militar, o que é permitido pela lei internacional (princípio de “passagem inocente”).

A China reivindica mais de 90 por cento do mar da China do Sul, mas há alegações similares por parte de Indonésia, Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan.

Os EUA não manifestam uma posição concreta na disputa territorial mas opõem-se fortemente à construção chinesa de ilhas artificiais na região. Washington teme que as ilhas possam ser usadas como postos militares, enquanto Pequim declara que irão servir em primeiro lugar para fins humanitários.

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