A União Europeia desfaz-se?

© flickr.com / Oona RaisanenEspaço Schengen, bandeira da União Europeia
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A crise migratória na Europa continua ocupando mentes de políticos e especialistas, mas a situação parece longe de ser resolvida.

Mais cedo, tornou-se público que seis países tinham suspendido a sua participação na zona de Sсhengen.

A edição alemã Focus online explicou que de fato isso significa que Alemanha, França, Noruega, Dinamarca, Áustria e Suécia reestabeleceram o controle fronteiriço.

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Em vez de proteger suas fronteiras exteriores a União Europeia continua criando barreiras no nível da política do interior. Bruxelas já tem admitido que a UE restasse dois meses para salvar a zona de Schengen, quer dizer da mesma União Europeia. A crise migratória tornou-se a última onda de sangue na série longa de problemas – a Europa costumava a parecer realmente unida e agora corre risco de se dividir em blocos e associações separadas.

Nesta sexta-feira (29), a chanceler alemã, Angela Merkel, e o premiê italiano, Matteo Renzi, vão realizar um encontro que pode influir na difícil situação atual na União Europeia.

O diplomata italiano Sergio Romano que entre anos 1985 e 1989 ocupava o cargo do embaixador da Itália em Moscou, partilhou da sua opinião com a Sputnik e opinou que o encontro pode esclarecer o estado das coisas.

“Na realidade, a Europa não tem uma política migratória bem elaborada”, disse.

A crise de refugiados provocada pelos conflitos, inclusive armados, nos países do Oriente Europeu e África é avaliada como a pior desde a época após a Segunda Guerra Mundial.

Segundo o especialista, o problema deve ser tratado do ponto da vista de união dos países:

“O reestabelecimento de fronteiras de países particulares da UE não levará a nada, porque sempre será alguém que está disposto a não as respeitar. É preciso basear-se no princípio de que nós somos a União dos países e é preciso fortalecer não fronteiras nacionais, mas a fronteira extrema da União Europeia e é preciso concentrar os nossos esforços nisso”.

Enquanto isso, ele sublinhou que a Europa precisa de migrantes, porque o nível de natalidade por exemplo na Alemanha e Itália é bastante baixo.

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“Os migrantes são importantes, caso contrário de onde vamos tomar pensões para idosos se o número de jovens na UE continua diminuindo?”, disse.

Além disso, atualmente está em voga a ideia de separar a Europa em dois partes – uma com aqueles países que estão prontas para negar a sua soberania e aqueles que estão contra disso. Segundo Sergio Romano, esta retórica pode ser sentida nas declarações do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. Mas o especialista opina que isso “levará a nada”.

“O fortalecimento da nossa fronteira externa é a única saída correta inclusive para aqueles migrantes que não queremos ou não podemos aceitar”, notou.

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