Novas Forças de Manutenção da Paz: apoio ou ameaça ao Oriente Médio?

© AFP 2023 / DIMITAR DILKOFFSoldados do Exército da Turquia participam da cerimónia no Dia de República em Istambul, Turquia, 29 de outubro de 2015
Soldados do Exército da Turquia participam da cerimónia no Dia de República em Istambul, Turquia, 29 de outubro de 2015 - Sputnik Brasil
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Na 11ª reunião do Conselho Parlamentar dos países-membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) que teve lugar na capital iraquiana de Bagdá a delegação turca lançou a iniciativa de criar as Forças Islâmicas de Manutenção da Paz que podem ajudar na resolução da crise síria e luta contra o Daesh.

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A Sputnik conseguiu acessar informações sobre os detalhes da iniciativa turca. Os dois membros da delegação da Turquia compartilharam as informações com a agência durante a reunião.

O deputado do Partido de Justiça e Desenvolvimento que está no poder, Orhan Atalay, afirmou que o tema principal da reunião deste ano foi a luta conjunta contra terrorismo e extremismo. A OCI é composta por 57 países muçulmanos. Os acontecimentos mais recentes mostram que é necessário passar de declarações à realização de intenções.

“Tendo em conta que no longo prazo ou enquanto os países da região do Oriente Médio tiveram reservas de recursos energéticos, os países que são atores globais não deixarão de tentar usar a região nos seus interesses temos de criar as forças para conter [ameaças] e assegurar a segurança na região pelos meios pacíficos”, disse.

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A ideia consiste no seguinte: os representantes de 54 países-membros do Conselho da OCI devem elaborar e enviar aos seus parlamentos um pacto sobre a segurança coletiva e depois prestem os seus soldados que façam parte de uma nova estrutura militar semelhante a que tem a ONU.

Na opinião de Atalay, estas forças são uma necessidade.

“Observamos o que acontece agora em Damasco, Bagdá, Teerã, Cabul… A realidade mostra que a criação de uma estrutura, uma espécie de forças de manutenção da paz na região se torne uma necessidade urgente”, afirmou o deputado.

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O político destacou que se todos os 54 países muçulmanos se juntarem para criar tal estrutura poderemos acelerar o processo de reestabelecer a paz na região. Neste caso nenhum país não se atreve atacar alguém porque o agressor enfrentará as forças conjuntas de 54 países que mantêm laços políticos, econômicos e comerciais.

“A existência de forças islâmicas unidas pode se tornar um fator sério de acertar estabilidade no Oriente Médio”, sublinhou.

O deputado do Partido da Democracia dos Povos, que tem o caráter pró-curdo, Mehmet Ali Aslan, expressou a sua preocupação com a ideia de criar tal estrutura militar na região porque depois de algum tempo pode se transformar do instrumento de luta contra o terrorismo em um mecanismo de resolver seus problemas internos.

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