Turquia prende acadêmicos que assinaram um manifesto de paz em apoio aos curdos

© AP Photo / Ibrahim UstaCurdos com bandeiras do PKK em Istambul, Turquia
Curdos com bandeiras do PKK em Istambul, Turquia - Sputnik Brasil
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A polícia turca deteve hoje (15) 21 intelectuais que assinaram um manifesto pedindo o fim das operações do Exército contra a rebelião curda.

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Segundo a mídia local, 21 acadêmicos foram detidos, por determinação do Ministério Público durante a madrugada e colocados sob custódia policial em Kocaeli, no Noroeste da Turquia, acusados de “propaganda terrorista” e “insulto às instituições e à República turca”. 

O manifesto “Iniciativa de universitários pela paz”, que reivindica o fim da intervenção das forças de segurança contra os integrantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), no Sudeste do país, de maioria curda, foi assinado por quase 1.200 pessoas na última segunda-feira (11).  

Em discurso na última quinta-feira (14), em Ancara, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o grupo de universitários "colocou-se claramente no campo da organização terrorista e cuspiu o seu ódio sobre o povo turco”. Ele afirmou que “os supostos intelectuais são indivíduos sombrios que não têm qualquer respeito pela sua pátria”, acusando-os de traição.

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Após mais de dois anos de cessar-fogo, as hostilidades entre as forças militares e policiais turcas e o PKK foram retomadas no verão passado, comprometendo as conversações de paz iniciadas em 2012 para pôr fim a um conflito que desde 1984 já deixou mais de 40 mil mortos.

As autoridades turcas acreditam que o Partido de União Democrática (PYD) é afiliado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado oficialmente como uma organização terrorista na Turquia, apesar dos curdos sírios estarem envolvidos em batalhas severas com o Daesh (Estado Islâmico). 

Apesar da Turquia ter aderido à coalizão internacional contra o Daesh liderada pelos EUA, o exército turco realiza sobretudo ataques aéreos contra curdos, enfraquecendo assim a força terrestre que desde muito tempo resiste às ofensivas dos terroristas. Em outubro neste ano a Turquia alvejou as posições curdas quando a milícia YPG (sigla em curdo para Unidades de Proteção Popular), afiliada do PYD, atravessou o rio Eufrates para lutar contra o Daesh. 

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