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Manifestações de rua em 2016: A história (de 2013) se repete?

ENTREVISTA COM LINCOLN ARAUJO
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As manifestações que acontecem desde o final de 2015 e se intensificam neste início de 2016 contra o aumento no preço das passagens dos meios de transportes públicos no Rio e em São Paulo podem, como nos anos anteriores, transformar-se em movimentos mais amplos e profundos?

Policiais Militares e manifestantes entram em confronto durante ato organizado por integrantes do movimento Passe Livre, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, contra o aumento do valor da tarifa do transporte público, na tarde desta sexta-feira (08) - Sputnik Brasil
Protestos contra reajuste de tarifa de ônibus terminam em confronto no Rio e em São Paulo
Em junho de 2013, os protestos chegaram a levar cerca de 1,4 milhão de pessoas às ruas em mais de 130 cidades brasileiras. Então, os manifestantes também começaram a gritar contra os reajustes das tarifas dos transportes públicos, mas depois passaram a argumentar contra os gastos com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O cientista político Lincoln Araújo, da UERJ, acredita que esse movimento tem, sim, um caráter de ampliação de uma agenda social:

“A gente lembra que há dois anos aquelas manifestações, que assustaram a sociedade por conta do número de pessoas que foram as ruas, naquele momento eram uma agenda ampla, até diluída em algumas tribos”, comenta Araújo. “As pessoas reivindicavam em oposição à corrupção, mas também em relação ao aumento das passagens de ônibus. Havia uma multidão com vários rostos, várias caras, tinha desde os black blocs e o movimento estudantil até uma classe média que já sinalizava insatisfação, dando corpo a esse movimento um pouco mais conservador em relação ao Governo Dilma. Sim, isso pode retornar agora.”

Lincoln Araújo, no entanto, ressalta que é preciso tomar cuidado, pois nem todos os fenômenos sociais são iguais. Ao contrário, alguns têm suas diferenças históricas, suas circunstâncias e conjunturas.

“Essas manifestações que estão retomando com força, principalmente nas capitais, são profundamente positivas para o exercício da democracia participativa.”

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O cientista político sinaliza ainda que as manifestações de agora surgem neste primeiro momento com um forte movimento estudantil também com características apartidárias, como em 2013.

“Há um movimento universitário e secundarista, desde novembro do ano passado, organizando-se no sentido de discutir com uma grande agenda de reivindicações além do aumento da tarifa dos transportes, incluindo a discussão da escola pública.”

Sobre a repressão das manifestações, como já aconteceu esta semana em São Paulo, o cientista político Lincoln Araújo observa:

“Esse processo democrático é um processo de aprendizagem tanto para aqueles que estão na manifestação quanto para os que representam o Estado. E o Estado não pode ser simplesmente um braço coercitivo.”

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