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Dilma inicia 2016 enfrentando desafios na área internacional

© AP Photo / Joedson AlvesA presidenta do Brasil, Dilma Rousseff
A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff - Sputnik Brasil
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A Presidenta Dilma Rousseff inicia o ano de 2016 com vários desafios na área internacional, como, por exemplo, o de recuperar a liderança do Brasil na América do Sul e o de conquistar o mercado asiático com apoio de dois países-membros do grupo BRICS – Rússia e China.

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O especialista Diego Pautasso, professor de Relações Internacionais da Unisinos e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul, diz que “o cenário internacional não é dos mais propícios”. Mas a grande questão, em sua avaliação, é a necessidade de a presidente se compenetrar da importância de manter uma política externa proativa, reinserindo o Brasil entre os grandes atores do cenário político internacional.

“No âmbito regional, nós vimos, dentro do relacionamento da política brasileira com a política da Argentina, a eleição de um presidente argentino de outro polo político-partidário, com outras ênfases”, analisa Diego Pautasso. “O novo Governo argentino já se atritou com a Venezuela. Além disso, a Venezuela teve um revés eleitoral importante, e o presidente argentino, Mauricio Macri, sinaliza com a prioridade dos acordos de livre-comércio mesmo que possam ser constituídos individualmente e não a partir do Mercosul. Consequentemente, isso pode gerar divisões, falta de unidade e interrupção de alguns projetos de longo prazo que o Mercosul vinha construindo. O desafio da América Latina vai muito no sentido das novas lideranças que estão emergindo na região.”

Sobre o modo como o Brasil poderia recuperar a liderança regional ante a ascensão de outros países do Cone Sul, o Professor Diego Pautasso lembra que “o Governo Lula sinalizou com muita clareza que a integração sul-americana é prioridade máxima, lançou a Unasul e a partir dela outros fóruns importantes, a CELAC ganhou relevância, mas a região vem passando por sobressaltos, algumas crises institucionais, a Venezuela relativamente convulsionada, o Brasil com essa paralisia institucional, e isso colocou a agenda da integração regional num segundo plano, dado que os países estão engolfados em crises políticas domésticas e com algumas dificuldades econômicas também relevantes”.

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Como, então, usar recursos de novas fontes, tais como investimentos chineses e financiamentos do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, e como incrementar as relações bilaterais dos países do BRICS, em particular com a Rússia?

“Este ponto é relevante: por um lado o Brasil está estrangulado do ponto de vista de sua capacidade de financiamento, tanto por uma política de ajuste fiscal que foi conduzida pelo Ministro Joaquim Levy como em função dos ataques sistemáticos ao BNDES. Esses dois mecanismos acabaram limitando a capacidade de investimento do Brasil, e a complementaridade se dá justamente na enorme capacidade de financiamento e de engenharia que a China possui. O Brasil precisa explorar essa sinergia, esse relacionamento, para fazer o setor de infraestrutura deslanchar e com isso alavancar os outros setores da economia nacional que também estão paralisados. O setor de engenharia é, sabidamente, uma locomotiva que puxa o setor de siderurgia, e assim por diante.”

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