Palavras não bastam: EUA tentam justificar agressão contra Iugoslávia

© AP Photo / Dimitri MessinisChamas dos incêndios em resultado dos ataques aéreos da OTAN iluminam o céu de Belgrado, Iugoslávia, 24 de março de 1999
Chamas dos incêndios em resultado dos ataques aéreos da OTAN iluminam o céu de Belgrado, Iugoslávia, 24 de março de 1999 - Sputnik Brasil
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As recentes declarações do embaixador dos EUA na Sérvia seriam interessantes, se a realidade não for tão triste.

O embaixador dos EUA em Belgrado, Michael Kirby, disse em uma entrevista ao jornal sérvio Vecernje novosti que a sociedade do país compreende erradamente as relações com a Rússia.

"Muitos aqui opinam que a Rússia, e não a União Europeia, é o principal parceiro econômico da Sérvia. A sua mídia escreveu que vocês [sérvios] não receberam um denário da ajuda gratuita. Nós lhes demos um bilhão de dólares da ajuda gratuita mas por um razão pouco clara ninguém na Sérvia fala disso ou do fato que [vocês] receberam também algo mais, além das bombas. É preciso ver como é a situação na realidade e não viver mitos", declarou.

Mas o diplomata norte-americano não especificou vários momentos: onde foi alocado o dinheiro deles e se eles compensaram ou não os danos que o país sofreu durante a agressão da OTAN contra Iugoslávia em 1999.

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Estes danos foram avaliados por economistas independentes sérvios em 29,6 bilhões de dólares.

Foram danificadas e mesmo destruídas não só muitas usinas de produção química e construção de máquinas, mas também vários objetos estratégicos, por exemplo, fábricas de tecidos e de calçados. Os mísseis atingiram 18 jardins de infância e 69 escolas.

É também importante notar que na época os EUA só concederam dinheiro gratuito não só por exemplo para desminar o território ao redor de um dos aeroportos (que foi bombardeado pelo OTAN), mas também para financiar através de fundos, organizações e partidos não governamentais que estavam justificando bombardeios da OTAN pelo fato que tinham sido dirigidos não contra o povo mas contra o ditador Milosevic.

Caso for assim então porque morreram, segundo vários dados, até 2.500 civis, 89 destes eram crianças, e não estava entre eles nenhum Milosevic.

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Durante os bombardeios da Iugoslávia cerca de 10 toneladas de bombas com urânio empobrecido foram lançadas, o que provocou um aumento catastrófico do número de pacientes com câncer.

A cientista genética sérvia Jasmina Durkovich, que em 2003 estudava os efeitos do bombardeio, disse a um correspondente de Sputnik (então Voz da Rússia) que os cientistas tinham registrado muitos casos de leucemia congênita e câncer ósseo em crianças, bem como grande número de distúrbios genéticos de cromossômicas, como triploide e tetraploide.

"Uma pessoa com síndrome de Down tem apenas um cromossomo mais — e todos nós podemos ver o que está causando os problemas. Agora imagine 69 ou 92 cromossomos. São anomalias terríveis, até não parece uma pessoa", disse Durkovich.

Ao mesmo tempo, os efeitos do urânio empobrecido podem afetar as gerações próximas mesmo cem anos mais tarde, sublinhou a cientista.

Assim vemos que a Sérvia tem recebido dos Estados Unidos um monte de outras coisas além de bombas. E se tudo o que fica listado acima foi compensado com um bilhão de dólares, então é o senhor Kirby que vive mitos.

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