Merkel tenta mostrar em casa que 'não é um fantoche dos EUA'

© REUTERS / Michael KappelerA chanceler alemã Angela Merkel fala com o presidente dos EUA Barack Obama
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A chanceler alemã Angela Merkel recusou-se recentemente a expandir o contingente militar alemão na coalizão contra o Daesh liderada pelos EUA, negando um pedido feito pelo secretário de Defesa norte-americano, Ashton Carter.

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De acordo com Merkel, Berlim está tomando todas as medidas necessárias na luta contra os terroristas do Daesh (autodenominado Estado Islâmico). O Bundestag (parlamento) alemão aprovou recentemente o envio de forças da Bundeswehr (Forças Armadas) à Síria como parte dos esforços internacionais de contraterrorismo.

O especialista russo Aleksandr Galkin, no entanto, vê a decisão de Merkel de se opor à proposta dos Estados Unidos como uma tentativa de reforçar a sua própria imagem na Alemanha. De acordo com Galkin, Merkel está perdendo força política rapidamente em seu próprio país e, portanto, decidiu exibir sua independência em relação a Washington.

"Merkel […] está tentando se distanciar de percepções negativas suas na Alemanha, para demonstrar que ela não é um fantoche nas mãos dos Estados Unidos" disse o analista em entrevista exclusiva à Radio Sputnik.

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"O fato é que sua carreira política entrou numa fase de declínio. Se ela tivesse renunciado um ano atrás, teria permanecido na história da Alemanha não só como a primeira mulher chanceler, mas como uma excelente chanceler, a quem, em certa medida, poder-se-ia comparar com Bismarck. Agora ela está perdendo esta imagem", afirmou o especialista.

De acordo com Galkin, é improvável que Merkel renuncie em um futuro próximo, mas há dúvidas sobre seu futuro político. Como relatado anteriormente pelo think tank norte-americano Stratfor, o mito de Angela Merkel como uma "líder infalível" já foi destruído. A população alemã começou a duvidar do poder de Merkel e sentiu que a chanceler começou a perder o controle sobre a situação política.

Galkin argumenta que Merkel seria capaz de provar a sua independência dos EUA se quisesse fazê-lo. Os EUA ficariam descontentes com a atitude, mas não seriam capazes de exercer pressão sobre a chanceler.

"Claro, Merkel não iria seriamente romper com os Estados Unidos, enquanto estiver conduzindo essa campanha de relações públicas", disse o especialista, concluindo que Washington "terá que engolir essa", mas ao mesmo tempo reterá bem na memória a "ousadia" de Berlim.

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