Lavrov: Rússia esbarra na recusa do Ocidente em dialogar sobre Daesh na Síria

© Sputnik / Evgeny Biyatov / Acessar o banco de imagensChanceler da Rússia, Sergei Lavrov.
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O ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov declarou em entrevista concedida por escrito à Sputnik que, apesar das avaliações positivas da operação russa na Síria, feitas por Barack Obama e David Cameron, a Rússia ainda não sentiu na prática a vontade do Ocidente em cooperar na luta contra o terrorismo.

O ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov em entrevista à Sputnik que, apesar das avaliações positivas da operação russa na Síria, feitas pelo presidente norte-americano Barack Obama e pelo premiê britânico David Cameron, a Rússia ainda não sentiu na prática a vontade do Ocidente em cooperar na luta contra o terrorismo.

"Iremos avaliar as reais intenções dos EUA e outros países do Ocidente pela sua prontidão em formar uma única coalizão antiterrorista, bem como pelo nível de interação entre os nossos militares na Síria. Estamos sempre abertos para esse tipo de parceria, mas, na prática, infelizmente, ainda esbarramos com uma clara recusa em firmar um diálogo mais confiante no domínio da luta contra o terrorismo" – disse Lavrov.

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Ele destacou que a chancelaria russa continua não entendendo "o porquê de a informação sobre as rotas da nossa aviação [da Rússia], repassada através dos colegas norte-americanos, inclusive para seus aliados de coalizão, não foi levada em conta na véspera do incidente com o Su-24 russo".

Além disso, Lavrov levantou a questão da recusa do Pentágono em compartilhar informações relativas às coordenadas de alvos do Daesh (Estado Islâmico) na Síria, apesar de os representante norte-americanos alegarem que a Rússia estaria supostamente atacando alvos errados naquele país.

"Temos dificuldade em encontrar lógica nisso" – disse o chanceler russo.

Apesar disso tudo, Lavrov acredita que o Ocidente está começando a entender a necessidade de unir os esforços na luta contra o terrorismo. Nas suas palavras, os muitos e sangrentos atos terroristas ocorridos em todo o mundo provaram o fracasso das tentativas de combater este mal de forma isolada, mostrando que as forças de somente um país, ou um pequeno grupo de países, são insuficientes para lidar com o terrorismo internacional.

O ministro frisou ainda que a Rússia defende que a escolha do futuro presidente da Síria seja feira pelos próprios cidadãos daquele país.

"Ninguém pode se dar o direito de decidir por eles, como será o governo sírio e quem irá liderá-lo. Isso está claramente firmado nos documento adotados em Viena" – disse Lavrov.

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Nesse sentido ele lembrou que durante o encontro do grupo internacional de apoio à Síria, realizado no mês passado em Viena, os lados concordaram com o fato de os agentes externos oferecerem autonomia ao povo sírio na busca de meios para regular a crise em seu próprio país.

"Estamos felizes com o fato de os documentos aprovados tratarem, inclusive, da adesão a disposições básicas como a proteção de todos os grupos étnicos e religiosos e a garantia de assegurar um período de transição realizado sob a supervisão e por iniciativa dos próprios sírios, com base no comunicado de Genebra de 30 de junho de 2012" – disse Lavrov.

A íntegra da entrevista escrita de Sergei Lavrov será publicada pela Sputnik na noite desta sexta-feira (11).

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