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Opinião: Lula tem razão, sim, o Brasil assiste a uma tentativa de golpe explícito

ENTREVISTA COM PAULO PIMENTA 2 DE 10-12-15 E
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Ao participar da Conferência Internacional do Congresso do Partido da Socialdemocracia Alemã, o ex-Presidente Lula afirmou haver uma tentativa de golpe explícito contra a Presidenta Dilma Rousseff e classificou a formação da comissão de impeachment na Câmara de “afronta jamais vista no país”.

Lula e Matin Schulz. - Sputnik Brasil
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Lula diz na Alemanha que pedido de impeachment de Dilma é “tentativa de golpe explícito”
No mesmo evento em Berlim, Lula reafirmou que o Brasil não pode se permitir retroceder nos avanços democráticos conquistados nos últimos anos.

A respeito das manifestações do ex-presidente, Sputnik Brasil conversou com o Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Pimenta endossou as declarações de Lula e disse que Lula tem muita clareza e razão no que fala, e que “há graves articulações no país com o objetivo de afetar a ordem democrática e institucional”.

 

Sputnik: A oposição está apostando num terceiro turno para derrotar a presidente num processo espúrio?

Paulo Pimenta: O que nós estamos vendo na Câmara dos Deputados é um processo acelerado de perda de qualquer critério em relação às atitudes e condutas adotadas pela oposição de uma forma geral, mas, em particular, pelo presidente da Câmara. Há um processo constante de desrespeito ao Regimento Interno, à Constituição, e isso faz parte de uma estratégia: de um lado, uma oposição que estabelece uma aliança com o presidente da Casa, o qual responde a inúmeros processos – a cada semana surgem novas denúncias – e que responde a um processo no Conselho de Ética que tem como objetivo a sua cassação; e, por outro lado, um presidente que precisa de apoio político exatamente para evitar que esse processo siga em frente, e que utiliza a estrutura da Câmara dos Deputados e a pauta legislativa como uma estratégia de defesa. Esses dois elementos, a oposição aliada ao presidente da Câmara e o grupo que o apoia, construíram essa agenda que é absurda do ponto de vista, em primeiro lugar, de suas motivações – não há amparo na lei para o processo de impeachment da maneira como ele está sendo conduzido – e, mais do que isso, totalmente à revelia da legislação e da Constituição Federal.

S: Qual o peso da mídia na campanha pelo golpe ou por esta tentativa de descrédito da presidente da República?

PP: Nós não temos a menor dúvida de que uma parcela significativa da grande imprensa brasileira construiu junto esse cenário de instabilidade que estamos vivendo hoje. A Presidenta Dilma, desde o dia em que venceu a eleição, não teve uma semana em que ela não fosse objeto de algum tipo de iniciativa, de denúncia de campanha que não tivesse como objetivo deslegitimar sua vitória e criar todo tipo de dificuldade para que ela pudesse governar de maneira plena. Essa maneira seletiva, essa forma que a imprensa brasileira trata de maneira diferente fatos semelhantes, estabelece uma verdadeira proteção com relação a alguns partidos políticos e a algumas personalidades, e, em contrapartida, tem uma postura rigorosa ao extremo no sentido de avaliar condutas e procedimentos de outros. Faz com que ela possa, sim, ser caracterizada como um elemento constitutivo e parte deste processo de golpe que o Brasil está vivendo.

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