Rússia adverte EUA para tentativas de 'jogar sujo' com diferenças religiosas na Síria

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O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov advertiu os EUA e seus aliados para os perigos e a falta de ética de tentar usar em seu favor as diferenças religiosas entre sunitas e xiitas na Síria.

"As constantes afirmações, que nós ouvimos, inclusive, de nossos parceiros norte-americanos, de que a maioria esmagadora da população [síria] é sunita e de que ela não aceita Assad como representante de um regime da minoria – sabem, isso cheira a tentativas nada honestas de apelar para uma estratégia confessional no conflito sírio e de colocar a questão de maneira a parecer que a coalizão norte-americana apoia a maioria, representada pelos sunitas, enquanto a Rússia apoia a minoria, representada pelos alauítas como parte da corrente xiita no Islã" – disse Lavrov em entrevista à imprensa italiana.

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"Primeiramente, isso não é ético. Em segundo lugar, é politicamente muito explosivo. Nós fomos os primeiros a atentar para a necessidade de evitar quaisquer passos que poderiam de uma forma ou de outra alimentar as já significativas divergências no mundo muçulmano. E nós seguimos convencidos de que a paz estável e duradoura somente poderá ser alcançada incentivando a união e a superação de divergências confessionais entre os muçulmanos" – destacou o chanceler russo.

A guerra civil na Síria dura desde 2011 e já causou a morte de mais de 230 mil pessoas, segundo os dados da ONU. O governo sírio luta contra vários grupos rebeldes e organizações militares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Daesh (Estado Islâmico). 

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Os EUA, que lideram uma coalizão internacional na região, exigem a renúncia do presidente da Síria Bashar Assad e são contrários ao fornecimento de qualquer ajuda a Damasco. A Rússia, por sua vez, busca o diálogo entre as partes do conflito e exorta a coalizão a cooperar com as autoridades sírias sob a égide do Conselho de Segurança da ONU na luta contra o Daesh.

Em 30 de setembro, a Moscou lançou uma operação militar contra o Daesh e outros grupos terroristas na Síria a pedido do Presidente Bashar Assad.

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