Sputnik: Quando teremos o relatório sobre a queda do avião russo А321? Segundo foi dito, os resultados seriam apresentados até 30 de novembro.
S: Não poderia pelo menos indicar aproximadamente a data prevista de publicação do relatório?
MB: Não tenho nenhuma informação. Eu sei que estão sendo desenvolvidos esforços intensos de cooperação entre especialistas da Rússia e do Egito. Eles se ajudam mutuamente.
S: Os especialistas russos envolvidos na investigação continuam no Egito?
MB: A cooperação prossegue.
S: Qual a versão da catástrofe que o lado egípcio considera como principal?
MB: Neste caso, levamos em conta o que foi anunciado pela Rússia. Esta versão [ataque terrorista] é considerada como uma das principais em nossa investigação. No entanto, preferimos nos abster de conclusões prematuras.
S: Em 31 de janeiro, terá lugar no Egito uma reunião da comissão intergovernamental Rússia-Egito. O que se pretende discutir?
S: A questão da construção da usina nuclear não será abordada?
MB: Esse é um mega-projeto. Há muitos aspetos que irão ser discutidos. Esse projeto tem uma série de nuances.
S: Se a Rússia abandonar ou suspender a execução do projecto da usina nuclear de Akkuyu na Turquia, isso pode acelerar a execução do projecto no Egito…
MB: Nós assinámos com a Rússia o contrato de construção da usina nuclear no Egito em 19 de novembro. Isso foi antes do incidente com o avião russo sobre a Síria.
A empresa Rosatom é conhecida por sua eficiência. Temos um plano de trabalho, um cronograma de implementação faseada. E nós vamos agir de acordo com este plano. O Egito nunca aproveitou e não irá aproveitar as dificuldades de outros países nos seus interesses.
S: A questão da cooperação militar será abordada?
O problema do avião afetou apenas uma área de nossa cooperação – o turismo. No resto, a cooperação está se desenvolvendo intensivamente. Poucos dias após [a queda] do avião, foi assinado o contrato da usina atômica e a Rússia decidiu abrir um serviço consular em Hurghada.
S: O Egito está pronto a fornecer aos consumidores russos os produtos alimentícios antes fornecidos pela Turquia?
MB: O Egito está pronto para usar todas as suas capacidades para atender as necessidades do mercado russo. Na quarta-feira, tive uma reunião com representantes do Ministério da Agricultura da Rússia. Discutimos a lista de bens que a Rússia necessita, as especificações. Nós passamos toda esta informação para o Egito. Vamos tentar ajudar a estabelecer pontes entre os exportadores no Egito e os importadores na Rússia. Já criámos nossas próprias rotas para Novorossiysk e São Petersburgo. Recebemos permissão para realizar voos de carga.
S: O que podem os produtores egípcios oferecer especificamente à Rússia?
MB: Laranjas, peras, outra fruta, bem como legumes.
S: Como país árabe, o Egito tem desempenhado um papel importante na luta contra o terrorismo. Estará o seu país disposto a participar de uma operação terrestre contra o Daesh?
S: No Cairo irá abrir um Centro de Informação como o de Bagdá?
MB: As consultas entre os nossos dois países continuam de forma muito intensa. Putin e Sisi são unânimes quanto à consolidação dos esforços para combater o terrorismo. E estes não se devem limitar à cooperação bilateral, mas atingir um nível global.