Se a Rússia vencer o Daesh para onde irão os milhares de jihadistas?

© AP Photo / STR / Acessar o banco de imagensSimpatizantes realizam passeata em apoio ao Estado Islâmico em Mosul, no Iraque
Simpatizantes realizam passeata em apoio ao Estado Islâmico em Mosul, no Iraque - Sputnik Brasil
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O que acontecerá com as dezenas de milhares de jihadistas caso os esforços da Rússia, coalizão internacional, exército sírio governamental e unidades curdas para combater o Daesh tenham sucesso? A Sputnik tentou encontrar uma resposta.

Na mídia internacional todos os dias aparecem muitas notícias, comentários, prognósticos analíticos em relação à questão: como impedir o Daesh de se expandir para outros países?

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O analista militar sírio Sabit Muhammed disse em entrevista à Sputnik que as raízes ideológicas dos grupos jihadistas remontam ao passado. Segundo ele, parte dos militantes eram combatentes bem treinados que participaram das ações militares no Afeganistão e no Iraque. Segundo as suas estimativas, o número aproximado de militantes do Daesh no Iraque e na Síria é de 150-200 mil pessoas.

Comentando as fontes de financiamento do Daesh, o especialista disse que a fonte principal é o comércio de petróleo.

“A fronteira entre a Turquia e a Síria permanece aberta e pode ser atravessada desde o início da crise síria. O Daesh realiza comércio de petróleo, valores históricos e culturais roubados, manuscritos raros, órgãos humanos através de tais países como a Turquia e o Líbano, com a mediação de grupos de contrabandistas internacionais”, disse o especialista.

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Muhammed compartilhou alguns dados sobre as atividades do grupo. A organização possui mais de 45 milhares de veículos todo-o-terreno e outros automóveis Toyota. Um militante do Daesh de origem síria ganha 1,2 mil dólares por mês, um militante estrangeiro – 2,5 mil dólares, um homem-bomba – 5 mil de dólares.

“As despesas mensais do grupo, tendo em conta despesas com armas, munições e alimentação de militantes nas regiões tomadas, atingem um milhão de dólares”, afirmou o especialista.

Muhhamed sublinhou que militantes têm várias tipos de armas. Uma parte delas passou para os jihadistas em resultado de combates contra os exércitos sírio e iraquiano. Muitos países como a Arábia Saudita e o Qatar vendem armas no mercado negro, prestando apoio militar aos jihadistas. Na opinião do analista, estes países, bem como os EUA, poderão depois enviar os militantes sobreviventes para travar guerras no Iêmen, Líbia e no Norte de África.

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Ao mesmo tempo o jornalista sírio Yarub Girbek, autor do filme sobre o Daesh, disse que a atenção que a mídia presta ao Daesh impede avaliar o desenvolvimento das ameaças terroristas em geral, porque o Daesh não é um único grupo terrorista do mundo.

Girbek afirma que o Daesh propaga a sua ideologia prestando apoio à prática religiosa e usa com êxito as tecnologias modernas para manipular a psicologia das pessoas. Na opinião do jornalista, os ataques em massa são o único meio de lutar contra o Daesh.

Girbek disse ainda que, não obstante, lutar contra o Daesh é muito difícil.

“<…> os EUA, a Rússia e outros países realizam ataques aéreos contra as posições do Daesh em Raqqa. Depois disso, os jihadistas deixam os seus postos de controle e se escondem nas cidades, se misturando com a população urbana”, disse Girbek, acrescentando que, sem uma operação terrestre, Raqqa não poderá ser libertada.

Mas ainda não é possível dizer para onde irão os jihadistas.

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