Washington confirma tráfico ilegal do petróleo sírio na Turquia

© AFP 2023 / STR Integrantes das forças sírias perto de poço de petróleo nos arredores de Palmira
Integrantes das forças sírias perto de poço de petróleo nos arredores de Palmira - Sputnik Brasil
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As autoridades dos EUA não acreditam que o governo da Turquia tenha alguma coisa a ver com os terroristas. Mas reconhecem o fato do comércio ilegal de petróleo que vem da Síria.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Mark Toner, se pronunciou sobre as provas que confirmam a participação de Ancara no tráfico do petróleo transportado através de oleodutos controlados pelo grupo terrorista Daesh (também conhecido como "Estado Islâmico").

"Eu reconheço estas informações. Nós desmentimos que o governo turco possa cooperar com o Estado Islâmico transportanto o petróleo através da sua fronteira. Nós acreditamos que a Turquia tomou todas as medidas necessárias para reforçar a sua fronteira com a Síria", disse Toner.

Ontem, durante uma entrevista coletiva, o Ministério da Defesa da Federação da Rússia apresentou provas que confirmam que o petróleo cujo transporte é controlado pelo Daesh vai parar na Turquia.

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que iria renunciar ao seu cargo caso as informações da parte russa forem reconhecidas como certas.

No entanto, o vice-ministro da Defesa russo, Anatoly Antonov, disse durante o evento de ontem que Erdogan "não renunciaria nem com o rosto pintado com petróleo roubado".

A extração e transporte de petróleo é uma das principais fontes de financiamento do Daesh, reconhecido como organização terrorista em vários países, inclusive na Rússia e no Brasil.

Em entrevista à Sputnik, um especialista italiano comentou hoje que o petróleo proveniente do Daesh poderia parar até na Europa — e até nos países que já sofreram com o seu terrorismo. Segundo ele, tal ação seria involuntária e pouco controlada.

Em 30 de setembro, começou a campanha aérea russa na Síria, após pedido de ajuda pelo governo da Síria. A coalizão internacional, liderada pelos EUA, não o considera como um aliado legítimo, porém a Rússia manifesta que todas as partes envolvidas no conflito devem ter o direito de combater o terrorismo.

No entanto, a Turquia, atingida por um impactante atentado reivindicado pelo Daesh em 20 de agosto, declarava que primeiro iria atacar os curdos, minoria étnica presente na Turquia, no Iraque e na Síria. Os curdos combatem também o Daesh e os destacamentos chamados peshmerga (palavra traduzida da língua curda como "aqueles que enfrentam a morte") até são considerados como uma das forças mais eficientes neste combate.

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