Europa não tem consciência de que compra petróleo do Daesh

© AP Photo / Fernando LlanoPoço de petróleo nos arredores da cidade El Tigre, no Cinturão de Orinoco, uma das regiões mais ricas em petróleo no mundo
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Não é nenhum segredo que a fonte principal do Daesh (grupo terrorista também conhecido como “Estado Islâmico”) é a venda do petróleo. Quanto aos compradores, nem tudo é tão claro. No entanto, há evidência de que a Europa compra sem consciência o petróleo dos terroristas.

Alessandro Pansa, diretor dos programas das finanças corporativas da Escola de Gestão LUISS e ex-chefe da empresa Finmeccanica admitiu, em uma entrevista à Sputnik, que há possibilidade de que o Daesh estivesse vendendo petróleo à Europa através da Líbia e Turquia. 

“O Daesh controla poços de petróleo, mas não controla os oleodutos nos portos. Isto é a razão porque o petróleo por parte do Daesh pose ser contrabandeado somente por terra de camiões-cisternas”, explica o especialista.

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Segundo Alessandro Pansa, as empresas-mediadores são mascaradas como as empresas de engenheira e comerciais com a especialização no petróleo ou minerais. 

Daqui, o especialista conclui que o Daesh recebe o lucro daqueles países que estão combatendo contra o terrorismo e cujos cidadãos morrem nos atentados:

“Nem a França, nem a Grã-Bretanha, nem os EUA não compram os derivados do petróleo ou minerais ao Daesh. O fato é que as estruturas mediadoras, alegadamente legítimas, se ocupam da atividade comercial ilegal, introduzindo o petróleo  e outros artigos preciosos no mercado que depois são incluídos nos artigos legítimos, Infelizmente, é possível que comprando estes artigos, apoiemos com finanças o Daesh, sem o notar”.

Dado que a Arábia Saudita e Qatar financiam abertamente o Daesh, especialista frisou que o Ocidente quisesse impedir efetivamente o financiamento as organizações terroristas por parte destes países, já o tinham feito há muito tempo.

“Mas [o Ocidente] sempre queria receber, por um lado, os minerais por bom preço, por outro lado, apoiou aqueles regimes políticos que foram considerados como um ‘mal menor’”, comentou o especialista.

O cientista político faz notar que enquanto os EUA, França e Itália impõem as sanções contra a Rússia, não se pode imaginar que tais sanções sejam introduzidas contra a Arábia Saudita e Qatar que fornecem 30% do petróleo e gás. De acordo com Alessandro Pansa, seria melhor para a Europa importar mais petróleo da Rússia e menos da Líbia em que o Daesh tem grandes oportunidades de contrabandear o petróleo e gás.

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