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Senadores debatem consequências do desastre em Mariana

© Antonio Cruz /Agência BrasilLama de barragens de Mariana
Lama de barragens de Mariana - Sputnik Brasil
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O Senado vai discutir as consequências do desastre ambiental em Mariana, cidade que fica a 100 quilômetros de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Em sessão temática, nesta quarta-feira (25), os senadores vão ouvir governadores e prefeitos das regiões atingidas, além de ambientalistas e representantes da mineradora Samarco, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP.

A lama que vazou com o rompimento da barragem da mineradora percorreu mais de 600 km, cruzou o estado e chegou ao mar, em Linhares, no Espírito Santo, no fim de semana, onde a mancha com rejeitos de mineração já se estende por mais de 10km, causando a morte de peixes e interditando praias do litoral capixaba.  A população dessas localidades vive da pesca e do turismo, e está com as atividades prejudicadas por causa da água barrenta que avança no mar.

De acordo com um dos autores do requerimento que pediu a sessão temática, o senador Jorge Viana (PT-AC), além de discutir os prejuízos e punições para os responsáveis pela mineradora, os parlamentares pedem mudanças na atual legislação sobre a fiscalização das barragens.

“Nós temos, sim, que fazer uma revisão da legislação. Eu já estou trabalhando nesse sentido, para que a gente não ponha a responsabilidade da interdição, por exemplo, na própria empresa. Ela vai deixar de ter lucro? Normalmente ela vai ser tentada a não parar o serviço e tentar fazer reparo, mesmo que isso implique em risco, como foi o caso”.

Já o senador José Agripino (Democratas-RN) ressaltou que o objetivo do encontro é avaliar as consequências reais da tragédia, como a questão da falta de água para a população em várias cidades da região.

“É preciso que a reunião aconteça com providências práticas e que dentro da pobreza nacional se destine os recursos pra que uma coisa que não pode faltar, que é água, seja vista com antecedência de 6 meses a um ano, para que providências sejam efetivamente tomadas e a reunião não seja um gesto demagógico".

Nesta segunda-feira, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fez um voo sobre a região atingida pela lama da barragem que se rompeu, e em seguida participou de uma reunião com autoridades. De acordo com a ela, um balanço parcial divulgado pelo Ibama mostra que a destruição em Minas Gerais já ultrapassa 900 hectares, o equivalente a 900 campos de futebol.

“Quando encerrarmos todo o processo de monitoramento, esses laudos serão concluídos e, obviamente, todas as medidas serão tomadas”.

Segundo Teixeira, toda a preocupação que existia junto às unidades do projeto Tamar, no Espírito Santo, que atuam na preservação das tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, já foi desfeita, uma vez que equipes do projeto conseguiram remover os ninhos das tartarugas, que estão em época de reprodução, das regiões atingidas pela lama.

Ao sair da reunião, a Ministra teve que enfrentar manifestantes que pediam mais ações, como, por exemplo, mais diálogo das autoridades com as populações atingidas pela tragédia.

Enquanto isso, em Mariana, os bombeiros estão há quase 20 dias seguindo com as buscas pelas vítimas da tragédia; 11 pessoas ainda estão desaparecidas. As equipes sobrevoam a região do desastre, acompanhadas por familiares das vítimas ainda não localizadas. A Defesa Civil também está visitando as famílias que ainda resistem em deixar suas casas, porque há risco das outras barragens da Samarco se romperem. Sete famílias se recusam a ir para hotéis em Mariana ou para casa de parentes.

Os Prefeitos dos Municípios atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco também se reuniram em Mariana. Eles querem que as demandas das cidades afetadas sejam atendidas mais rapidamente.

Até o momento, 190 famílias ainda estão amparadas em hotéis de Mariana, e 104 estão abrigadas em casas de parentes. De acordo com o Ministério Público, a Samarco tem até esta quarta-feira (25) para apresentar um plano de reassentamento das vítimas. Caso isso não ocorra, o Ministério Público informou que vai entrar com uma ação na justiça para impor à mineradora a obrigação de apresentar um plano de reassentamento com a participação de todos os envolvidos.


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